IMPLEMENTAÇÃO DA CAJUCULTURA

26 de setembro de 2011 - 03:00

Na Cajucultura, as ações extensionistas têm de ser impactantes, visto ser esse produto de suma importância, em termos de geração de empregos e divisas, para os cofres estaduais, levando-se em consideração ocupar lugar de destaque (2ª colocação), na pauta de exportações do Estado, com arrecadação, no ano de 2006, da ordem US$ 190 milhões de dólares, com a comercialização de amêndoas de castanha. Para se ter idéia de sua importância econômica, basta citar que, de janeiro a maio de 2007, foram arrecadados pelo Estado 60,7 milhões de dólares com a exportação de castanha do caju.

 

A exploração da cultura do caju é, sem sombra de dúvidas, uma atividade de importância relevante, no Estado do Ceará, tanto no aspecto econômico, quanto no social. Ocupa uma área de 415.000 hectares, beneficiando 57.000 produtores. Na pauta de exportações, tem lugar de destaque com uma arrecadação anual aproximada de US$ 180 milhões de dólares, por meio da comercialização de amêndoas de castanha, além de um mercado interno, que vem crescendo nos últimos anos.

 

Segundo o Engº Agrº Egberto Targino Bomfin, responsável pela Cajucultura, no âmbito da Ematerce, lotado no escritório estadual, trata-se de uma atividade que se caracteriza pela presença significativa de agricultores familiares, haja vista que 60% dos produtores, que exploram a cultura, possuem área inferior a 10 hectares. Afirma, ainda, que a cajucultura é responsável pela geração de 30.000 empregos diretos, 90.000 indiretos, no meio rural, e 16.000 empregos no setor industrial.

 

Disse mais o técnico da Ematerce que se percebe, no entanto, uma queda significativa, nos índices de produtividade, ao longo dos anos, de exploração desta anacardeacea. Sabe-se que o estabelecimento inicial desta cultura aconteceu, utilizando-se, para o plantio, sementes do tipo comum, o que gerou plantas desuniformes, muito altas e com baixa produção. O problema da baixa produtividade e da qualidade da castanha vem-se acentuando, no decorrer dos anos, somando-se a outras variáveis, como: idade avançada dos pomares, muitos cajueirais, situados em áreas impróprias, e o desestímulo dos produtores em face dos baixos preços recebidos pela castanha.

 

Enfatizou Bomfin que a Ematerce, sob a coordenação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), vem executando o Programa de Revitalização da Cajucultura, no Estado do Ceará, que com as seguintes metas básicas, voltadas para a reversão do quadro atual apresentado:

 

  • Programa de Distribuição de Mudas de cajueiro anão-precoce.

  • Programa de Substituição de Copas em cajueiros improdutivos.

  • Capacitação de técnicos e produtores. (agricultores familiares).

  • Organização dos produtores(agricultores familiares) e incentivo à instalação de pequenas agroindústrias, no campo, destinadas ao processamento da castanha e do pedúnculo, afora a comercialização do pedúnculo também para a mesa.

 

Informou, ainda, que a substituição de copas em cajueirais improdutivos, utilizando a enxertia, com genótipos superiores, de porte reduzido, precoces e de alta produção, constitui uma das possibilidades de melhoria dos pomares instalados, levando-se em conta a rápida elevação da produtividade da castanha, passando dos 250 kg/hectare atuais para a faixa de 800 a 1.000 kg/hectare, dependendo de alguns fatores, como: idade, estado nutricional e fitossanitário das plantas.

 

O Governo do Estado, com apoio da SDA, vem incentivando, por intermédio da Ematerce, os produtores de caju a fazer o trabalho de substituição de copas em seus cajueiros improdutivos, conforme os seguintes procedimentos técnicos:

 

  1. Cada planta, cortada, possibilitará ao produtor um subsídio do Governo, em forma de dinheiro, variando em função do perímetro da planta, ou seja: R$ 7,00 para plantas com perímetro inferior a 70 cm e R$ 12,00 para plantas com perímetro superior a 70 cm.

  2. O primeiro pagamento será realizado, após relatório assinado pelo técnico responsável, constando o número de plantas cortadas e também a informação de que a área está limpa, no valor percentual de 50% do total.

  3. O segundo pagamento, isto é, os outros 50% do valor total, será realizado, após a emissão pelo técnico responsável do relatório, detalhando o número de enxertos realizados, efetivamente pegados e consolidados.

 

O Programa de Substituição em Plantas Improdutivas foi lançado, no ano de 2009 ,e vem evoluindo, conforme quadro abaixo:

 

DISCRIMINAÇÃO

PERIODO

TOTAL

2009

2010

2011(*)

 

ÁREA SUBSTITUIDA(hectare)

2.022

3.683

2.250

7.955

Nº DE PLANTAS CORTADAS

80.882

147.322

90.000

312.204

Nº DE PRODUTORES BENEFICIADOS

364

462

230

1.056

Nº DE MUNICÍPIOS

26

27

20

27

(*) previsão

 

A seguir, algumas vantagens em substituir copas de cajueiros improdutivos:

  • Uniformidade do pomar e dos frutos colhidos.

  • Aumento da produtividade.

  • Melhoria na qualidade do produto.

  • Baixo custo de implantação.

  • Comercialização da lenha.

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Assessor de Comunicação e Ouvidor da Ematerce

Jornalista Antonio José de Oliveira – antonio.jose@ematerce.ce.gov.br

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