A QUARTA REBELIÃO

30 de novembro de 2009 - 03:00

 

Na última visita do Ministro Mangabeira Unguer feita ao Ceará, ele falou que o Nordeste e principalmente o Ceará têm que mostrar atos de rebeldia para sair do estágio de subdesenvolvimento em que nos encontramos. No momento da discussão fiz ver a ele que nas duas oportunidades em que nos rebelamos, fomos massacrados. Na primeira, por ocasião da Confederação do Equador ainda na época do império, inconformados com a independência que não mudara nada, os pobres continuavam mais pobres, os negros mais escravizados ainda, os índios mais perseguidos e na segunda ocasião quando aconteceu a guerra de Canudos, movimento este que queria implantar uma sociedade mais justa, solidária, igualitária, o resultado destas duas rebeldias, foi o genocídio de Canudos, o fuzilamento do Padre Mororó e o aborto das ideias revolucionárias dos nossos líderes. Agora mesmo o Ceará começava mostrar sua cultura, seu regionalismo, seu talento e seu modo diferente de ser através da TV Diário, novamente vimos as forças colonialistas desligarem os sinais que espalhavam este caldo cultural, tipicamente nordestino, ceifando muitas carreiras de futuros artistas, cantores, humoristas, etc. Mesmo sendo derrotados três vezes ainda dispomos de energia para promover a grande revolta. Desta vez será a revolução da agricultura familiar e dos negócios da terra cearense. O ano de 2009 até agora tem sido generoso com as chuvas na metade Norte do Estado. Estamos rezando para que a força de São José leve chuva também para o Cariri e que tenhamos um uma safra recorde no Estado.

 

Voltando às ideias do Ministro, numa delas há a comunhão total com as nossas, a do fortalecimento da assistência técnica e extensão rural pública, do Pronaf, do aproveitamento das energias renováveis, eólica e solar, do fortalecimento do sistema cooperativo e das organizações. Com estas armas venceremos a quarta rebelião, venceremos os inimigos tradicionais do Ceará que são a pobreza, a miséria, a má distribuição de renda e a discriminação que sempre existiu contra o Nordeste e o Ceará. Nunca nos esqueçamos que em qualquer município cearense, lá está presente o agricultor, com a sua agricultura, quer seja ela de sequeiro, irrigada, tradicional ou moderna. A quarta rebelião tem que contar com a participação maciça dos nossos agricultores.

 

 

JOSÉ MARIA PIMENTA LIMA

Presidente da EMATERCE

 

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