Quixeramobim incrementa geração de emprego e renda no campo

27 de junho de 2011 - 10:58

A quadra invernosa ajudou, mas foram a determinação, sementes de qualidade, assistência técnica e extensão rural, responsáveis pela supersafra agrícola, no município de Quixeramobim, Sertão-Ccentral do Estado do Ceará.

 

De acordo com o engenheiro agrônomo Tarcísio do Rêgo, gerente do escritório da Ematerce, em Quixeramobim, de dezembro de 2010 até o dia 24 de junho deste ano, as chuvas não faltaram e o índice pluviométrico do município foi excelente. Superou as expectativas e atingiu a marca dos 989.8 mm; Com isso, aumentou a geração de emprego e renda no campo. “Somente, em Quixeramobim, o Governo do Estado, por meio do Programa Hora de Plantar 2011, distribuiu gratuitamente com os agricultores, que trabalham em regime de economia familiar, 100 toneladas de sementes selecionadas de milho, feijão, sorgo, algodão e mamona, incrementando, assim, a produtividade e maior ganho para o agricultor”, informa Tarcísio do Rêgo.

 

Agricultor familiar preparado para segunda safra

 

AgropecuaristaFato raro na agricultura de sequeiro: quando, na maioria dos anos, a quadra chuvosa não é suficiente, para a colheita da safra, as chuvas, em 2011,  não têm sido o problema. O agricultor Raimundo Muniz, 42 anos, residente no assentamento da reforma agrária denominado “Recreio”, localizado no distrito de Belém, município de Quixeramobim, está quebrando paradigmas e chamando a atenção. ele está preparando-se, para iniciar a colheita da segunda safra de feijão neste ano.

 

Conta Raimundo que o primeiro plantio do roçado foi iniciado, no dia 15 de dezembro, do ano passado, e compreendeu uma área de dois hectares, onde foram semeadas sementes de milho, feijão, algodão, jerimum, melancia e pepino. “Como não faltou molhado, para o desenvolvimento das plantas, consegui fazer uma ótima safra de feijão. A colheita rendeu-me 16 sacos; já comi e já vendi um saco por R$120,00 e dei cozinhado para os amigos e uma boa parte está guardada na despensa para o consumo da família durante os próximos meses”, comemora Raimundo, que, mediante o exemplo, desmitifica o preconceito em relação à falta de produtividade nas áreas de assentamento rural.

 

Exemplo a ser seguido

 

Daqui a duas semanas, começa a colheita da nova safra; segundo o agricultor, será toda ela negociada ainda na vagem, época em que diminui a oferta do produto; dessa forma, eleva-se o preço e aumenta-se o ganho do agricultor. Seu Raimundo diz estar satisfeito com a orientação, recebida dos extensionistas da Ematerce, que lhe proporcionaram os resultados obtidos na agricultura de sequeiro. Com a venda do feijão, o agricultor espera lucrar em torno de R$1.500,00. “Graças ao esforço do meu trabalho, consegui realizar um sonho de menino: juntei dinheiro e comprei minha motocicleta nova, que serve para minhas viagens à cidade, tanto a negócio, como a passeio; só fiquei triste, por ter de aposentar meu jumentinho”, relatou o saudosista Raimundo Muniz.

 

Agropecuarista gera emprego com a diversificação da produção

 

Outro exemplo de determinação em investimento na produção rural e geração de emprego e renda é o empresário rural Paulo Sérgio Lima. Filho de agricultores, residentes na Fazenda Santa Isabel, distrito de São Miguel, no município de Quixeramobim, pertence à nova geração dos que acreditam na produção e sustentabilidade do agronegócio. Conta que, há três anos, com o intuito de incrementar a atividade, adquiriu uma propriedade rural “Fazenda Gostosura”, de 543 hectares, localizada no entorno do açude Quixeramobim, distante 4 km da cidade. De lá, para cá, sua principal preocupação foi aumentar a reserva hídrica da fazenda com a construção de mais três açudes de pequeno e médio portes. Orientado pelos técnicos da Ematerce, preparou áreas para projetos de produção de sequeiro e irrigado, adquiriu tratores e implementos agrícolas, kits de irrigação, restaurou e construiu estábulos, currais, novas cercas, para delimitar os piquetes das áreas de trabalho no audacioso projeto produtivo.

 

 

Relata Paulo Sérgio, que apesar de ser filho de agricultores, não sabe e nem entende de tudo que se passa numa empresa rural produtiva. Conta que foi buscar ajuda através dos técnicos do Sindicato Patronal Rural e também quando necessita vai até a Ematerce, escritório de Quixeramobim em busca de orientação e apoio a extensão rural. Na fazenda os itens da produção estão bastante diversificados, com maior ênfase para mamona, sorgo, tomate e pimentão. “Para o cumprimento das atividades diárias, o empreendimento conta com equipe de cinqüenta trabalhadores, alem dos que são contratados por empreitada, que às vezes alcançam numero superior ao efetivo regular”, explicou o empresário.

 

Produção

 

A atividade da empresa rural tem como destaque uma área de 34 hectares onde está cultivada a mamona, da variedade BR Energia, escolhida por conter maior teor de óleo na sua composição. Para alcançar a produtividade de dois mil kg por hectare, com rentabilidade suficiente para o negócio, a mamona é cultivada com adubação, bem como recebe irrigação de emergência quando ocorre veranico nas precipitações pluviométricas. Outra cultura em destaque é o sorgo granifero, variedade ponta negra, cultivado numa área de vinte e cinco hectares. Sua produção atinge até dois mil e trezentos Kg por hectare, caso seja observada a orientação correta de cultivo.

 

Otimista, o empresário Paulo Sérgio informa que toda a produção de sementes selecionadas será comercializada por intermédio da Aprocemse – Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado do Ceará – para o Governo do Estado distribuir, no próximo ano, aos agricultores, pelo Programa Hora de Plantar. Depois de visitar as duas experiências exitosas, em Quixeramobim, o presidente da Ematerce, Engº Agrº José Maria Pimenta Lima, enfatizou: “Com chuva, no tempo certo, trabalho, criatividade, aliada à assistência técnica e extensão rural, independente da condição, ou do tamanho do agricultor (familiar, médio e grande) , todos  podem ganhar e lucrar com a atividade”.

 

Tomate e pimentão: grande negócio

 

A diversificação, na produção agrícola, é um fator importante para obtenção de resultados de produtividade e para o retorno do investimento. Na fazenda Gostosura, foi iniciada a colheita de tomate e pimentão, de qualidade e aceitação no mercado. Estão sendo produzidos 30 mil pés-de-tomate, da variedade “faccini”, com previsão de colheita para dez mil caixas. Hoje, o preço de mercado, para caixa de tomate, gira em torno de R$ 35,00. A área do pimentão, variedade “tibérios”, é maior, com o cultivo de 45 mil, e a expectativa de produção em torne de dez mil caixas nesta safra. No mercado local, a caixa de pimentão é vendida a R$ 15,00. Caso seja concretizada a produção estimada, somente com a venda desses dois produtos, o tomate e o pimentão, o negócio de Paulo Sérgio Lima deve render o montante de R$ 500.000,00.

(Crisanto Teixeira – Jornalista, lotado no escritório da Ematerce em Quixeramobim-CE.)

 

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