A Força da Agricultura Familiar na China
28 de fevereiro de 2012 - 03:00
Depois de passar dez dias na China, para ver de perto o espetáculo do crescimento daquele país, em todos os setores, inclusive na Agricultura Familiar, chegamos à conclusão de que aquele país, de cultura milenar, e eles têm um orgulho muito grande, quando se referem a este atributo, devido sobretudo ao criterioso planejamento implementado a partir de 1955.
Aliado ao planejamento se somam, ainda, à capacidade de trabalho, a disciplina, que os chineses cultivam, e o respeito a ela de modo criterioso. Tudo isto, colocado no cadinho dos experimentos, surgiu um modelo de desenvolvimento, alicerçado num sistema híbrido de capitalismo e socialismo, que fez acordar o gigante de 1.400.000.000 habitantes, sendo metade composta por agricultores familiares, que cultivam no país uma área de 140.000.000 hectares, o que dá a cada chinês, em média, 0,2 ha.
Apesar desta distribuição de terras, o que torna o país o paraíso do minifúndio, é que os chineses são os maiores produtores mundiais de trigo, de arroz, de leite, de milho, de alho e ainda produzem 15.000.000 milhões de toneladas de soja, o que evidentemente torna este país um grande importador deste cereal.
Outro detalhe importante, que nos chamou a atenção, foram os índices de produtividade de grãos, cuja média nacional gira em torno de 5.000 Kg/ha. Importante também na Agricultura Familiar chinesa é o alto grau de mecanização, pelo qual passa o setor agrícola daquele país, porém com máquinas projetadas, para este segmento, inclusive com preços que nos fizeram cair o queixo, senão vejamos: uma debulhadeira de milho elétrica, com capacidade para dez sacos, por hora, custa R$ 100,00. Os tratores, com potência a partir de 20 CV, os preços começam na faixa de R$,8.000,00 e os mais potentes não passam de R$ 35.000,00. Estes preços são válidos para todos os outros equipamentos, pulverizadores, colheitadeiras, etc.
É claro que o mundo deles não é só composto de facilidades e os dois maiores problemas por nós percebidos foram a degradação ambiental e a qualidade da água, não existindo praticamente mais nada das matas ciliares e a poluição devorando os rios daquele país. Na próxima vez, abordaremos o problema da comercialização.
Engº Agrº José Maria Pimenta Lima – Presidente da Ematerce
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