Ematerce divulga trabalhos exitosos com barragens subterrâneas

2 de outubro de 2012 - 03:00

Uma solução simples vem ajudando os agricultores familiares da região semiárida, no Estado do Ceará, a reter a umidade das águas do período chuvoso. Trata-se da barragem subterrânea, de construção rápida e barata, que mantém  a umidade do solo, favorecendo o plantio, praticamente, durante todo o ano.

Como prova da  supracitada assertiva, a Ematerce, escritório local de Tamboril, por intermédio do gerente Josafá Torquato de Araújo, foi responsável pela apresentação, no decorrer do 29º Frutal, realizado, no Centro de Eventos do Ceará, de 25 a 27 de setembro de 2012, para agricultores familiares, extensionistas e expositores, além de autoridades convidadas, das ações de assistência técnica e extensão rural (Ater), nos municípios de Tamboril e Monsenhor Tabosa, no tocante à construção de barragens subterrâneas.

 

Construção da barragem subterrânea facilita a retenção de água no solo.

 

Na sua exposição, Josafá esclareceu aos presentes que a barragem subterrânea faz parte das práticas agrícolas de convivência com o semiárido, como suporte de apoio produtivo e de convivência com o semiárido. Com detalhes, afirmou que consiste  em construir um  septo ou “cut of”, no depósito aluvial, com a finalidade de impedir que a água, nele acumulada, continue a escoar durante o período de estiagem. Acrescentou que, como resultado, tem-se à montante um substrato úmido para cultivo e suporte para consumo.

Ressaltou, ainda, o gerente da Ematerce, em Tamboril, que, no período de 1998  2011, foram construídas 145 barragens subterrâneas, precisamente nos municípios de Monsenhor Tabosa e Tamboril, o que proporcionou aos agricultores familiares a produção de gêneros alimentícios, como  frutas, verduras e legumes.

Para a construção de uma barragem, a primeira etapa consiste na seleção da área, de preferência solos aluviais, não muito profundo, no máximo 3 a 4 m, textura-média a grossa e declividade de até 5%. Pode-se, também, escolher áreas, em linhas de drenagem natural, conhecidos por córregos, onde durante as chuvas escoam grandes quantidades de águas. Neste caso, deve-se ter ideia do perfil do solo e, consequentemente, da profundidade da camada impermeável. É bom ter conhecimento da qualidade da água do rio ou riacho e de sua vazão média-anual, buscando-se eliminar as áreas com tendência à salinização e rios e riachos, cuja vazão possa comprometer a estrutura da barragem.

 

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A barragem subterrânea assegura a produção de gêneros alimentícios na estiagem.

 

Explicou o técnico da Ematerce que, na construção de uma barragem subterrânea, utiliza-se uma lona plástica, material muito simples e de fácil assentamento. Frisou que a lona é estendida, ao longo de uma valeta e já vem dobrada de uma forma que, quando aberta, possa cobrir, não só toda a parede do barranco, como sobrar um tanto na superfície e no fundo do buraco.

Ressalte-se que o entulho, que restou no fundo, é jogado como peso, para prender bem a aba da lona na base da vala. Ela tem que ficar bem encostada na parede. Daí a necessidade de se limpar bem as raízes, pois qualquer pontinha pode furar. Depois, a retroescavadeira repõe toda a terra que foi tirada do buraco e, assim, toda a valeta é preenchida. Como é coberta a aba, que sobra na parte de cima, quem passar pelo lugar não vai perceber que tem uma lona enterrada.

Assessor de Comunicação e Ouvidor
Jornalista Antonio José de Oliveira – antonio.jose@ematerce.ce.gov.br
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