A Estratégia de Ater para Agricultura Familiar
16 de agosto de 2013 - 03:00
SÉRIE METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS
Resumo Histórico (A Evolução da Ater )
Nas décadas de 60 e 70, prevalecia no mundo a concepção de desenvolvimento rural, que ficou conhecida como “Revolução Verde”, que preconizava uma Agricultura baseada na máxima artificialização dos sistemas produtivos, abusando do uso dos insumos químicos.
Os enfoques de desenvolvimento rural baseavam-se na transferência de tecnologias(difusionismo) e na ausência da participação dos beneficiários, tanto na elaboração como na execução dos projetos.
Engº Agrº José Roberto Vieira, articulador, na Ematerce, da Rede
Metodologias Participativas.
Com a mudança do foco para a Agricultura Familiar, em meado dos anos 60, a Ater-Assistência Técnica e Extensão Rural passou a priorizar também a participação dos agricultores, na elaboração e execução dos projetos, com o uso de METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS, em que o papel do técnico não é mais de convencer o agricultor, mas de vencer com ele, construindo juntos novas opções de procedimentos.
(continuação…)
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Fundamentos (O Papel da Ater e a Abordagem Participativa
O papel educativo da Ater está apoiado em 4 grandes vertentes, quais sejam: o apoio à organização e à gestão dos agricultores; a apropriação de tecnologias pelos agricultores,no âmbito econômico, social e ambiental;a facilitação do acesso às políticas públicas e a integração com a pesquisa visando de encontrar alternativa de solução para os problemas detectados aos agricultores.
O combate à pobreza rural, a segurança alimentar e nutricional, o desenvolvimento rural sustentável e a agregação de valores através de tecnologias adequadas, são os eixos temáticos da nova Ater. Na visão da Ater participativa, o extensionista não é mais um disseminador de tecnologias e, sim, um questionador de práticas, propondo alternativa,acompanhando e analisando os problemas, participativamente, em busca de soluções viáveis, no intuito de provocar mudanças de atitude e comportamentais. E o agricultor, que faz parte de um grupo, tem todo o direito de tomar decisões e ter parte nos resultados. Ele faz parte do processo, acompanhando-o em todas as fases, com decisões, tomadas coletivamente, podendo emitir opinião, concordar e discordar.
A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural(Pnater), propõe um modelo de desenvolvimento sustentável para o meio rural, embasado num conjunto de princípios que qualificam a Ater prestada aos agricultores familiares e suas formas de organização. As metodologias participativas representam um dos princípios norteadores da Pnater. Vale salientar que a pedagogia dialética, preconizada pela Pnater(Paulo Freire e outros), situa o agricultor como sujeito, agente do processo histórico, valorizando a busca e a construção coletiva do conhecimento, comprometido com a transformação da realidade em contraposição à extensão tradicional(difusionista) que leva soluções prontas para problemas supostamente detectados pelo extensionista, sem a participação dos agricultores.
A nova Ater tem como objetivo principal apoiar o processo de empoderamento e a emancipação dos agricultores familiares.O empoderamento é o fortalecimento econômico, social e pisicológico do agricultor . É a coletivização do poder em benefício de todos(gestão social). Paulo Freire diz “a educação(extensão rural é educação) tem a função política de criar as condições necessárias a emancipação de todos os cidadãos. A emancipação implica no direito de o agricultor decidir sobre sua vida social”. A palavra emancipar, oriunda do grego, significa “tira a mão de cima de mim”.
José Roberto R.Vieira
Engenheiro Agrônomo da Ematerce
Articulador da Rede de Metodologias Participativas
doc. série metodologias participativas
14-08-2013
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