Quixeramobim: exemplo de convivência com o semiárido
26 de novembro de 2013 - 03:00
Na zona rural do município de Quixeramobim, região centro do Estado do Ceará, encontra-se um exemplo de como é possível conviver com a seca, sem ter que sair de sua terra, e migrar em busca de trabalho nas cidades grandes, como ocorria anteriormente com os retirantes Nordestinos. Sustentada pelas políticas públicas, essa família de agricultores familiar, formada pelo casal Júlio Cesar de Sousa Lima, 36 anos e Antônia Jackeline Ferreira do Nascimento, 34 anos, e os três filhos: Juliano, Ruan Cesar e Jussara, residentes no Assentamento Tapajós, consegue sobreviver com dignidade, apesar de estarem envoltos na maior seca dos últimos 50 anos.
O presidente da Ematerce, José Maria Pimenta, ressalta o trabalho duro da família,
para manter a fazenda produtiva em plena seca.
O agricultor familiar Júlio Cesar afirma que tem trabalhado duro, para dar conta da responsabilidade de criar a família com dignidade, vivendo do trabalho na terra e fazendo o de que mais gosta: criar e plantar. Para não ver suas poucas vacas morrerem de fome, por conta da seca, o agricultor começa sua jornada de trabalho muito cedo. “Levanto-me, todos os dias, pela madrugada, para tirar o leite das vacas, que eu vendo e que ajuda na compra do comestível para família de cinco pessoas, além de sobrar ainda um pouco para adquirir uma raçãozinha e assim, melhorar o tratamento das matrizes, que produzem leite; depois de ordenhar as vacas, vou até a capineira e trago uma carroçada de forragem, que servirá para alimentar o rebanho, ao todo, 40 cabeças, dentre grandes e pequenos”, conta satisfeito Júlio Cesar.
No último final de semana, o presidente da Ematerce – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Engenheiro Agrônomo José Maria Pimenta Lima, visitou essa família. Satisfeito com o que viu, no Assentamento Tapajós, Pimenta disse ser esse o exemplo mais positivo que pode ser alcançado pelas políticas públicas dos Governos Federal e Estadual, marcando presença, na vida dessa família de agricultores, que recebe o incentivo para os três filhos estudarem, através do ‘Bolsa Escola’ e, como este ano, foi seco e, portanto, não houve produção agrícola, estão amparados pelo seguro ‘Garantia-Safra’. “Aqu,i estamos presenciando algo de muito positivo, uma família sobrevier com o trabalho, em plena seca, porém vale ressaltar que, se não fosse o milho, que o Governo disponibilizou, emergencialmente, para alimentação animal, com certeza esse agricultor teria vendido suas vacas, para não as ver morrer de fome”, avalia Pimenta.
(Crisanto Teixeira – Jornalista lotado no Escritório Regional da Ematerce em Quixeramobim – Ceará).
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