Barreira: Ematerce assiste propriedades rurais, na cajucultura e pecuária
5 de setembro de 2016 - 03:00
Mini fabrica de beneficiamento de caju, sítio Bom Sucesso, em Barreira – Ce
A principal fonte de renda do município de Barreira é a agricultura, com evidência para a cajucultura. A cajucultura é responsável por grande parte dos empregos gerados no município de Barreira, tanto no campo como na zona urbana, através das inúmeras agroindústrias instaladas, que transformam o caju em diversos subprodutos (castanha assada, doce, compotas, cajuína, guaraná, etc), que são vendidos, para consumidores do Ceará e exportados para outros estados e mesmo para outros países. A Ematerce, através do seu posto avançado de Barreira, que é ligado ao escritório de Redenção, é um dos órgãos responsáveis pelo atendimento ao pequeno produtor de caju, por meio de uma assistência técnica e extensão rural intensiva, levando ao publico alvo as politicas públicas disponibilizadas pelos governos estadual e federal. Histórias de êxitos, que mostram a importância do trabalho persistente da Ematerce, junto aos cajucultores e pecuaristas do munícipio de Barreira, vêm a seguir.
Castanha de Caju beneficada por produtores de Barreira – Ce
Uma mini fábrica de beneficiamento de castanha de caju, instalada na comunidade de Bom Sucesso, no município de Barreira, de propriedade do agricultor, Guilherme Melo Araújo, começou a funcionar no ano de 2004, com recursos próprios, oriundos da comercialização de uma plantação de mandioca que o agricultor tinha na época e que lhe rendeu em torno de R$ 7.000,00. O maquinário comprado se resumia em duas máquinas de corte, um tambor para cozinhar as castanhas de caju (que servia como autoclave) e uma estufa. A unidade beneficiava, apenas, 19.200 quilos de castanhas por ano, proporcionava seis ocupações no meio rural e teve um lucro bruto de R$ 4.506,97.
Começou, então, a receber o apoio da Ematerce, no ano de 2006. Em 2007, fez um financiamento pelo Pronaf, no valor de R$ 10.000,00 que foi aplicado na aquisição de novos equipamentos mais eficientes, passando a beneficiar 72.000 quilos de castanhas, proporcionando 19 ocupações no meio rural e lucro de R$ 18.811,29.
Com assistência técnica da Ematerce e vocação empresarial do agricultor, Guilherme Araújo, a atividade continuou evoluindo. Em 2008, investiu R$ 12.000,00, em máquinas e equipamentos, com recursos próprios e passou a beneficiar 120.000 quilos de castanhas, empregando 26 pessoas, no meio rural, e auferindo um lucro de R$ 25.189,92.
Em 2010, fez outro empréstimo pelo Pronaf, no valor de R$ 32.300,00, para ampliar e modernizar a mini fábrica. Neste ano, alcançou a industrialização de 160.000 quilos de castanhas, empregando diretamente 30 pessoas e, teve um lucro de R$ 33.918,72.
Atualmente, fez mais um financiamento pelo Pronaf, também elaborado pela Ematerce, posto avançado da Ematerce de Barreira, coordenado pelo técnico Marcilio Santos, no valor de R$ 40.000,00, para aquisição de um veiculo utilitário e melhorias nos equipamentos. Em de 2016, a previsão é beneficiar 200.000 quilos de castanhas, proporcionando 36 ocupações, no meio rural e espera obter um lucro de R$ 42.375,00.
BOVINOCULTURA LEITEIRA.
Pastejo Rotacionado implantado pela Ematerce, em Barreira- Ce
A bovinocultura leiteira é uma atividade que passou a ser discutida, após a criação do Fórum dos Cajucultores e Agricultores Familiares, fundado em novembro de 2010, com o apoio e incentivo da Ematerce e instituições local, estadual e federal e, desde então, mantém, ordinariamente, seus encontros todas as segundas e quartas-feiras, de cada mês. A constituição do Fórum teve como objetivo principal, a discussão, planejamento e realização de ações voltadas para o fortalecimento da cajucultura. As ações foram se ampliando e, por entender que não dar para trabalhar um setor isoladamente e, visando o desenvolvimento das propriedades rurais, atualmente, as ações do Fórum se estendem a diversos setores da agricultura familiar, no município de Barreira-Ce, dentre elas a bovinocultura leiteira. Em 2013, o fórum começou a programar a criação do programa “Balde Cheio”, no município, formando uma parceria entre a Ematerce, Sebrae, Senar, Prefeitura Municipal de Barreira e criadores de bovinos, com a participação de 22 criadores, inicialmente.
Atualmente, o Fórum dos cajucultores conta com a participação de, aproximadamente, 50 agricultores familiares, sendo que 11 destes, são participantes ativos do programa “Balde Cheio”.
SÍTIO ARISCO
O agropecuarista, Antônio Rodrigues Brasil, proprietário do sítio Arisco de 60 hectares, em 2013, aderiu ao programa “Balde Cheio”. Na época, dispunha de 8 vacas leiteiras, sendo 4 delas em lactação. Neste ano, produziu 1.969 litros de leite, a um custo de R$ 1,59, por litro, sendo vendido a R$ 2,00.
Em 2014, foi acrescentada na alimentação do plantel, palma forrageira, silagem de sorgo, sal mineral e incentivado a implantação de capim elefante irrigado, para pisoteio, no sistema rotacionado. Foram formados 28 piquetes com capacidade para até 8 vacas, pastejando por um dia, em cada piquete. Como resultado, as mesmas 4 vacas em lactação, produziram 8.846 litros de leite no ano, a um custo de R$ 0,62, por litro e comercializado a R$ 2,00.
Em 2015, continuando com o mesmo sistema, e, com duas vacas no final de lactação, foram produzidos 7.770 litros de leite, no ano, a um custo de R$ 0,80, por litro e comercializado a R$ 2,00.
Em 2016, até mês de julho, com mais uma vaca parida, foram produzidos 6.976 litros de leite, a um custo médio de R$ 0,81 e comercializado a R$2,20.
SÍTIO LAGOA GRANDE
Outro exemplo positivo das ações extensionistas, junto aos pequenos produtores rurais é o do sítio Lagoa Grande, de 18 hectares, de propriedade do agropecuarista, João Soares da Silva, do município de Barreira-Ce. A história iniciou-se em 2013, com 6 matrizes bovinas, duas em lactação, produzindo, 844 litros de leite no ano, a um custo de R$ 2,19 por litro. O produtor não comercializava, pois o leite era pouco e destinava-se ao próprio consumo.
Na época, segundo o Sr. João Soares da Silva, a única saída seria a comercialização de todo o rebanho, pois não tinha condições de alimenta- lo e não dispunha de fonte d’água, na propriedade. Tudo estava seco “quero vender tudo”. Nas articulações e visitas realizadas por técnicos da Ematerce ao produtor, foi incentivada a plantação de 5.000 raquetes de palma forrageira , inicialmente sem que o produtor desse muita credibilidade.
Em 2014, ao aderir à metodologia do programa “Balde Cheio”, foram introduzidas a palma forrageira, o sal mineral e a mandioca, na alimentação do rebanho. No período de outubro de 2014 a março de 2015, as forrageiras introduzidas, salvaram as 6 matrizes bovinas, 2 garrotas, 2 bezerros, 14 ovinos e, ainda foram comercializadas, 2.500 raquetes de palmas, como sementes.
Acreditando no potencial do produtor e da propriedade, foi dado continuidade aos trabalhos, inclusive destacando-se sempre, os pontos positivos que dispunham, mesmo com plantios sendo realizados no regime de sequeiro. Nesse ano, foi produzida silagem de sorgo forrageiro, impulsionando ainda mais a produção leiteira.
Plantio de palma forrageira no sítio Lagoa Grande, em Barreira – Ce
Mesmo estando mais animado, em 2016, o produtor só começou a produzir leite no mês de julho, com 3 vacas, sendo 2 em fase final de lactação. A produção do mês foi de 520 litros, a um custo de R$ 1,30 por litro e comercializado, diretamente ao consumidor, a R$ 2,50.
Atualmente, o agricultor estar satisfeito, entusiasmado, e conta com 10.000 raquetes de palmas plantadas e, em parceria com a EMATERCE, é o maior incentivador do Programa Balde Cheio.