Beberibe-CE: Ematerce assiste produtores de caju

22 de agosto de 2019 - 08:06 # # #

Ascom / Edilmo Gurgel – edilmo.gurgel@ematerce.ce.gov.br Fotos: Jornalista Aécio Santiago

O Estado do Ceará apresenta posição de destaque, no cenário nacional, no tocante à exploração da cultura do caju. Seu cultivo abrange todo o litoral, estendendo-se a diversos municípios do semiárido, constituindo uma das poucas e rentáveis opções de exploração da agricultura local e regional.

A Cajucultura ocupa, hoje, uma área colhida, totalizando 286.116 hectares, sendo 195.418 hectares de caju comum e 90.698 hectares de cajueiro anão. Em 2018, alcançou a produção de 36.191 toneladas de caju comum e 34.716 toneladas de cajueiro anão. Observa-se, de acordo com os dados apresentados, que a área de cajueiro anão representa, apenas, 32,7% da área total colhida com caju, entretanto essa área foi responsável, na safra de 2018, por quase 50% da produção total de castanha.

Dentre os municípios cearenses, que se destacam, na produção de castanha e pedúnculo de caju, está o de Beberibe-CE, inclusive com a produção de mudas, provenientes de clones de excelente qualidade produtiva, desenvolvidos pela Embrapa.

Um exemplo de produção, produtividade, uso de técnicas fitossanitárias e aproveitamento econômico da castanha e, principalmente, do pedúnculo do caju pode-se citar a fazenda Corrente da Lagoa Funda, na localidade de Lagoa Funda, de propriedade do agricultor Mariano Ribeiro Monteiro. A propriedade é uma das assistidas pela Ematerce, por intermédio do escritório de Beberibe-CE e fica a 15 quilômetros da sede municipal.

Informa o coordenador da Ematerce, em Beberibe-CE, Engenheiro Agrônomo Antônio Warde Fernandes, que a propriedade Corrente Lagoa Funda tem uma área total de 126 hectares, sendo 100 hectares explorados com cajueiro anão, da variedade CCP- 76, Embrapa. A variedade plantada CCP-76 é detentora de características do pedúnculo, indicado para consumo de mesa e a castanha com aproveitamento no mercado de amêndoa. O restante da área é ocupada com plantações de milho e feijão”.

Para o aproveitamento de 80% dos 28 mil quilos de pedúnculo, produzidos, em média , na propriedade, existe uma agroindústria de produção de cajuína, que representa grande parte da renda da unidade familiar. A produção de cajuína é de 200 mil litros por ano, vendida a R$ 4,16 o litro. O pedúnculo excedente é vendido para os fabricantes de doces, compotas, sucos e polpas da região a R$ 30,00 caixa. A cajuína é vendida para o comércio dos municípios próximos e para Fortaleza-CE., Natal, RN e São Paulo-SP. (Ver tabela de exportação no link abaixo) 

Tabela exportação caju

A média de mão de obra, empregada na propriedade, é de 14 pessoas, na época do cultivo do cajueiro e de 40, na agroindústria de cajuína, no período de setembro a janeiro. Em 2019, o agricultor Mariano Monteiro espera, em face do bom inverno, que a safra do caju seja maior do que as dos cinco anos de seca consecutivas, com o consequente aumento da produção dos subprodutos do pedúnculo do caju.

Para “seu Mariano”, a atuação da Ematerce, do início do empreendimento, até hoje, foi de grande importância, na orientação técnica e de mercado. Ainda hoje, a Ematerce elabora projetos de custeio e de investimento, visando à ampliação e à modernização da agroindústria. Em 2019, a Ematerce elaborou um projeto de custeio, no valor de R$ 50 mil, destinado à poda e à manutenção dos pomares de cajueiro ( tratos culturais).

REVITALIZAÇÃO DA CAJUCULTURA

Em 2007, foi lançado o projeto de Expansão e Recuperação da Cajucultura do Ceará, dividido em dois subprojetos: a) em 2007, iniciou-se com o subprojeto de expansão de áreas, por meio da distribuição de mudas de cajueiro anão; b) em 2009, o subprojeto de recuperação, mediante a tecnologia de substituição de copa. Esse projeto foi iniciativa e com financiamento do Governo do Estado do Ceará, pela então Secretária da Agricultura e Abastecimento, hoje, Secretaria do Desenvolvimento Agrário – SDA – e execução da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). Contou, também, com o apoio da Embrapa, sindicatos, ligados à produção e à industrialização do caju, além de outros órgãos governamentais e da iniciativa privada, preocupados com a problemática da cultura do caju no Ceará.

Por iniciativa da Assembleia Legislativa do Ceará, haverá, no dia 27 de setembro próximo, uma Audiência Pública, objetivando discutir e identificar soluções viáveis para a revitalização da Cajucultura no Estado. Os organizadores do evento esperam a participação de cerca de 400 produtores de caju.