Ematerce reúne técnicos e produtores para Dia Especial sobre Poda em Cajueiro

1 de novembro de 2019 - 22:11 # # #

Ascom / Aécio Santiago - aecio.santiago@ematerce.ce.gov.br fotos: Edilmo Gurgel

Diretores e técnicos da Ematerce de escritórios locais e regionais, técnicos da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Embrapa e produtores reuniram-se, na manhã desta sexta-feira (1º), no Centro de Ensino em Treinamento e Extensão Rural (Cetrex), para o Dia Especial sobre Poda em Cajueiro. O momento serviu para alinhar técnicas, conhecimento e evolução de estudos e observações feitas em pomar no Cetrex e como os resultados podem ajudar no aprimoramento e qualidade produtivos do caju.

Um dos principais produtos na balança comercial do Estado do Ceará, o caju é um dos itens que mais sofreu com os sete anos de estiagem, tendo reduzido assim sua participação nos principais polos produtivos. Segundo estudos publicados em 2017 pelo Banco do Nordeste (BNB), a cajucultura responde por um elevado percentual do valor de produção da fruticultura no Ceará e Piauí, 24,3% e 11,1% respectivamente, evidenciando a importância econômica da cultura para estes estados.

No entanto, a atividade vem apresentando sinais de declínio, com baixa produtividade e lucratividade, situação que foi agravada pelo longo período de seca que assolou a Região entre 2012 e 2016 e também pela ocorrência de pragas e doenças, que causaram não somente quebra de safras, mas também a morte de grande número de plantas, principalmente as mais antigas.

Atentos e preocupados com este cenário Ematerce, SDA e parceiros como o próprio BNB, Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Centro Nacional de Pesquisa em Agroindústria Tropical da Embrapa e IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará) vêm conduzindo debates, treinamentos, dias de campo, intercâmbios, visando aprimorar novas técnicas produtivas, viabilizando comercialmente o pedúnculo e a castanha, potencializando o aproveitamento desde seus derivados como a cajuína até para a exportação e as vendas para outros estados no país do chamado caju de mesa.

Nesta sexta-feira (1º), o técnico da Ematerce e especialista em Cajucultura Egberto Targino Bomfim, Raimundo Nonato pesquisador da Embrapa e Otávio Cavalcante, assistente de produção no Cetrex demonstraram os resultados de um trabalho realizado há alguns anos no pomar de cajueiro no centro de treinamento, na Caucaia, e os resultados com as técnicas de poda aplicados desde 2018. Também participara o presidente e o diretor técnico da Ematerce Antônio Amorim e Itamar Lemos.

Segundo Targino, além da evidente verificação de diferentes resultados entre os cajueiros anão precoce que passaram pelo manejo da poda e os que não passaram, o acompanhamento e controle de pragas como a traça da castanha e o uso de pulverização são determinantes na produção final. “Recentemente verificou-se a perda de cerca de 20% da colheita por conta da traça na castanha. Agora, imagine essa perda num montante de 80mil toneladas!?. Entao, é fundamental essa discussão sobre o uso correto dos pulverizadores e a decisão pelo não-uso”, destacou Targino.

Correção do solo e manejo de poda

Na sequencia, foi apresentado o resultado da análise do solo do pomar e suas consequências e influencias no processo produtivo, do tempo de crescimento do cajueiro até o tipo de caju extraído na colheita. Mesmo sob um solo pouco favorável, com baixos índices de nutrientes como fósforo e cálcio, com o trabalho de acompanhamento de crescimento, espaçamento, o manejo correto da poda com altura e cortes específicos e o uso da mecanização na colheita como a podadeira tratorizada, motosserra elétrica entre outros implementos.

Desde a década de 90, Otávio Cavalcante acompanha os tipos de cajueiros, suas especificidades, tempos de crescimento, ciclos do pedúnculo, as pragas naturais como a tapiba, alteração com as podas e hoje compartilhou com técnicos e produtores os desafios para se alcançar os melhores resultados no campo.

Para Raimundo Nonato, pesquisador Embrapa da cajucultura há 30 anos, a poda de formação constitui-se uma inovação para os cajucultores, uma ferramenta primordial para tirar o melhor do cajueiro anão precoce e se baseia em três princípios, a manutenção, a renovação e formação da poda.

Diversificação

Os resultados são uma copa harmônica, a facilitação no manejo (como demonstrado na visita ao campo – foto acima), e a formação da estrutura da planta, ocasionando maior visibilidade do potencial produtivo. Na ocasião, ainda foram discutidos o importante trabalho feito pela Ematerce na distribuição de variedades de mudas, principalmente no Programa Hora de Plantar, onde a objetivo é garantir aos agricultores familiares o uso de mais opções de cajueiros evitando perdas e tendo mais opções de colheitas.