Dia Estadual do Caju: Ematerce tem muito a ver com a cultura no Ceará

12 de novembro de 2019 - 11:15 # # #

Antonio José de Oliveira - Assessor de Comunicação da Ematerce E-mail: antonio.jose@ematerce.ce.gov.br Fone: (85) 3217.7872 Fotos: Aécio Santiago - Assessor de Comunicação na Ematerce

O Cajueiro, na opinião de estudiosos, agrônomos, industriais e cajucultores, possui lugar de destaque, em virtude da crescente comercialização de seus principais produtos, a exemplo da amêndoa (ACC) e do líquido (LCC), contido no mesocarpo da castanha, sem falar dos derivados do seu pseudofruto.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), no Dia Estadual do Caju, hoje, dia 12 de novembro de 2019, tem muito a ver com esta importante cultura. É que presta assistência técnica e extensão rural aos pequenos produtores de caju (Cajucultores), em mais de 60 municípios, em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA).

Legenda: Com assistência técnica e extensão rural, aumenta-se a produção, a produtividade, a renda do produtor e obtém-se  qualidade dos frutos.

Neste dia, vale destacar algumas ações extensionistas, voltadas para o desenvolvimento sustentável da Cajucultura, no Estado do Ceará, executadas, em benefício dos produtores rurais, que necessitam de mais tecnologias, em seus plantios, objetivando aumentar a produção, a produtividade, a qualidade das castanhas e dos pseudofrutos e, consequentemente, maior participação nos mercadores consumidores, no Brasil e no exterior, sem falar no aumento da renda líquida familiar, que ajuda a melhorar suas condições de vida no campo.

Legenda: O produtor rural, assistido pela Ematerce, colhe produtos de qualidade.

O caju é um dos produtos agrícolas mais representativo, na economia do Estado, sendo de responsabilidade da Secretaria do Desenvolvimento Agrário – SDA – e da Ematerce, a implantação de novos pomares e a melhoria dos existentes, nas pequenas propriedades rurais. Em 2018, foram orientadas 2.736 famílias, numa área de 6.349 hectares, produzindo 1.484 toneladas de castanha (produtividade de 321 quilos por hectare) e 19.374 toneladas de pedúnculo de caju comum (produtividade de 4.197 quilos por hectare). No mesmo ano, 1.858 agricultores familiares foram assistidos, na produção de cajueiro precoce, em 5.749 hectares, produzindo 2.067 toneladas de castanha (produtividade de 436 quilos/hectare) e 16.809 toneladas de pedúnculos. Pelo programa do Governo do Estado “Hora de Plantar”, foram distribuídas 365.108 mudas de cajueiro anão a 896 produtores e implantadas 1.789 hectares de novas áreas.

De acordo com o responsável pela recuperação e pelo desenvolvimento sustentável da Cajucultura, no âmbito da Ematerce, Engº Agrº Egberto Targino Bomfim, a distribuição de mudas de cajueiro precoce, de 2007 a 2015,  chegou a um total de cinco milhões. No tocante à substituição de copas, de 2009 a 2015, atingiu 938.000 plantas substituídas, que, em 49 mil hectares, num universo de 374 mil hectares, tem-se um percentual de 13% a 14% de plantas melhoradas, o que caracteriza uma melhoria na produção, mesmo com os problemas das estiagens. O assessor estadual da Ematerce, disse haver, também, necessidade de se trabalhar mais e avançar, nos índices da produtividade da Cajucultura cearense, ainda insatisfatórios, devido, dentre outros fatores, aos seis anos consecutivos de seca, que, em alguns municípios, provocou a dizimação de 100% dos cajueirais.

 

Legenda: Cajueiro precoce, cujo plantio vem sendo orientado pela Ematerce em vários municípios cearenses.

Falando sobre a Cajucultura no Ceará, o presidente da Ematerce, Antonio Rodrigues de Amorim, afirmou existirem alguns problemas, na exploração e comercialização do caju, porém é preciso acabar com eles e crescer em termos de melhorias dessa importante cultura. Numa Audiência Pública, na Assembleia Legislativa do Ceará, no dia 27 de agosto de 2019, com foco na Cajucultura, Amorim, ao usar a palavra, disse não existir nenhuma planta com a riqueza do cajueiro.

Em seguida, reforçando seu ponto de vista, asseverou ser importante valorizar e expandir os cajueirais, de forma racional, além da preocupação com uma maior comercialização das castanhas e dos derivados dos pseudofrutos, transformando-os em polpas, sucos, mel, doces, geleias, farinha e outras iguarias à base do caju. Adiantou, ainda, que o suco de caju bem que poderia ser incluído, na merenda escolar, comprado pelo Estado e pelas prefeituras municipais, por sinal, um alimento rico em nutrientes, como a vitamina C, Cálcio, Ferro, Fósforo etc.

Legenda: Na foto, da (E) para (D), Targino Bomfim, assessor estadual da Cajucultura, da Ematerce, seguindo-se o diretor técnico da empresa, Itamar Lemos e o presidente Antonio Amorim, o técnico da Embrapa/Fortaleza, e Otávio Cavalcante, lotado no Centro de Treinamento da Ematerce em Caucaia-CE. Registro do Dia de Campo, no Cetrex, sobre resultado das podas em cajueiros.

A respeito da criação do Dia Estadual do Caju, vale relembrar que, por intermédio do deputado Romeu Aldigueri, foi realizada uma Audiência Pública, no dia 27 de agosto de 2019, que possibilitou maiores aprofundamentos, sobre a Cajucultura, no Estado do Ceará, e o compromisso de ser criada a Comissão Parlamentar da Cajucultura. Ficou acertado, ainda, que o deputado levaria, para conhecimento dos seus pares e do governador Camilo Santana, as sugestões dos 18 representantes da Cadeia Produtiva do Caju, presentes à supracitada audiência, a fim de fortalecer a Cajucultura, divulga-la mais e torná-la muito mais valorizada Brasil afora e no exterior. Ressaltem-se as ações da Embrapa na pesquisa sobre a Cajucultura no Nordeste

DIA ESTADUAL DO CAJU

O Dia Estadual do Caju, haja vista sua importância, para a economia cearense, foi estabelecido, pela Lei, Nº 271, de 2011, para ser comemorado, anualmente, a partir de 12 de novembro de 2012. Saliente-se que, neste dia, podem ser desenvolvidas ações de conscientização da utilização do fruto e de seus derivados, além de programações e eventos direcionados ao turismo cearense. A data consta, no Calendário Oficial do Ceará, sendo o autor da Lei, o deputado estadual Manoel Duca da Silveira (Duquinha). Registre-se ter sido escolhido o dia 12 de novembro, por ser o aniversário de criação de uma das grandes empresas exportadoras de caju do Ceará, que completava 50 anos, ou seja, a Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione), do empresário Jaime Aquino (falecido), o maior exportador e cultivador de cajueiros do Nordeste.
No dia dedicado ao Caju, registre-se, ainda, a sua importância socioeconômica e cultural, para o Nordeste brasileiro, destacando-se, no Ceará, como uma atividade de enorme expressão, garantindo, aproximadamente, 20 mil empregos diretos e 60 mil indiretos, além de divisas, em dólares, da ordem de 94 milhões, graças à exportação de castanhas e óleo, que fortalecem a economia cearense, afora ser uma fonte de renda a mais para quem cultiva cajueiros. Mesmo com todas as vantagens, acima citadas, há diversos problemas, na Cajucultura, como a baixa produtividade (cajueirais antigos e comuns), mesmo nos cajueiros precoces, incluindo-se, também, as pragas e as doenças, que causam sérios prejuízos aos bolsos dos cajucultores.

 

Por último, vale ressaltar que, no livro A Cultura do Cajueiro no Nordeste do Brasil, obra escrita por vários estudiosos do Banco do Nordeste, da Embrapa e da Epace, no ano de 1988, ficou documentado que, muito antes do descobrimento do Brasil, o caju já era alimento básico das populações autóctones, conforme relatos dos primeiros colonizadores, que, ao chegarem, aqui, verificaram a grande utilização que lhe davam, quer no estado “in natura”, quer em rudimentares formas de processamento.

MUSEU DO CAJU

Por acreditar na força socioeconômica e cultural do Caju, Gérson Linhares, grande defensor dessa cultura, fundou o Museu do Caju, no ano de 2007, para promover maior conhecimento da fruta. O museu localiza-se, entre Fortaleza e Caucaia, no Parque Guadalajara. Lá, é possível aos visitantes comerem iguarias e bebidas à base do caju, afora ver e comprar produtos artesanais, com a temática do caju, a exemplo de bolsas, artigos de decoração, literatura de cordel e produtos derivados da fruta, como cajuína, bolos, mel e doces. Os visitantes podem, ainda, assistir a palestras com foco na Cajucultura, ver fotos antigas, que mostram a história do Caju no Estado do Ceará. Para visitas, fora de grupos, somente aos domingos e alguns feriados, das 9 às 16 horas. Para tanto, deve-se agendar a visita pelo fone: (85) 3237.2687.