Técnicos da Ematerce conhecem experiência do NIT no município do Cedro

1 de dezembro de 2019 - 01:48 # #

Ascom / Aécio Santiago - aecio.santiago@ematerce.ce.gov.br fotos: Aécio Santiago

Durante visita técnica à Comunidade Sítio Serraria (Distrito Várzea da Conceição), município do Cedro, Sertão Centro-Sul do Ceará, gerentes e técnicos da Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) de vários municípios além de diretores da empresa, puderam conferir a experiência do NIT (Núcleo de Irradiação Tecnológica), que vem atendendo diretamente 22 famílias de agricultores familiares.

Apenas uma manhã não esgota tudo que é preciso conhecer de experiência e compartilhar conhecimento com a implantação de um Núcleo de Irradiação Tecnológica (NIT), experiência iniciada em meados de 2016 e idealizada pelo engenheiro agrônomo Nizomar Falcão com o objetivo de integrar processos produtivos que vão da conservação do solo, ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) sobre a implementação e manejo de cultivares e núcleos produtivos como apicultura e casa de farinha e implantação de barragem subterrânea. (foto acima)

No caso do Sítio Serraria, como contam antigos e atuais membros da Associação Comunitária Alberto Gomes, o contato com as técnicas e práticas do NIT enriqueceram a experiência no campo. “Ainda estamos aprimorando o cultivo do cajá com 123 pés e uma irrigação ainda manual, mas já vemos os primeiros resultados em pouco tempo”, mostra orgulhoso o produtor e presidente da associação Geraldo Batista Gomes. A área plantada de cajá é de um hectare. (foto abaixo)

Atualmente, a associação conta com 30 membros, que atuam na apicultura, casa de farinha, produção de rapadura, grupo de mulheres, pão caseiro e condimentos, piscicultura (em fase de implantação), ovinocaprinocultura, bonivocultura de leite entre outros.

A visita técnica aconteceu na manhã desta sexta-feira (29) com a presença de produtores, líderes de associações, e contou com a participação do presidente da Ematerce Antonio Amorim, do diretor técnico Itamar Lemos, o engenheiro da Geat (Gerência de Apoio Técnico) Nizomar Falcão e gerentes e técnicos de escritórios dos municípios de Icó, Jucás, Iguatu, Ipaumirim, Acopiara e Lavras da Mangabeira. O encontro foi coordenado pelo gerente do posto avançado da Ematerce no Cedro José André de Sousa e Raimundo Geraldo Machado, agente da Ater.

Pioneira

Durante a apresentação das experiências com o NIT, foi destacada a escolha da Comunidade Serraria entre comunidades de 13 municípios da região. Ao longo da caminhada no sítio foi possível identificar alguns dos motivos que foram pré-requisitos para a escolha. Na área de Paliçada (perímetro com 85 metros de recuperação de áreas degradadas por erosão), o grupo observou como o solo vai respondendo gradativamente com o ajuste às outras áreas menos danificadas.

A experiência de recuperação do solo também foi demonstrada com três bacias de captação d´água e quatro terraços de contenção de sedimentos com o objetivo de fortalecimento do solo a partir da retenção de nutrientes no subsolo e sua consequente adubação. Na barragem subterrância com cacimbão e o cordão de pedras, o grupo identificou a área de capineira em estado bem avançado para uso de reserva alimentar animal.

Na fase de conclusão das atividades, o presidente da cooperativa Serra Mel José Maria Silva explicou a criação e o desenvolvimento das atividades da casa de mel quando o grupo de cerca de 25 associados tomou o empréstimo no valor de R$11mil para a aquisição de colmeias. “No período de dois anos pagamos o empréstimo e ainda compramos um apiário com todo o acompanhamento da Ematerce e hoje temos uma sala de extração e uma máquina de sachê fornecida pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA)”, completou José Maria ressaltando que atualmente o grupo mantém cerca de 140 colmeias em atividades com uma produção atual (em período com boas chuvas) entre 25 a 30 quilos diários.

Inovação

Para o diretor técnico da Ematerce Itamar Lemos, a visita foi muito positiva, considerando o tempo de implementação do NIT (2018) e os resultados apresentados. “É motivo de muita alegria avaliar tudo o que vimos aqui, a participação e o envolvimento de todos são muito importantes para sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de valorizar cada ação. Como sugestão, indicamos sempre estar atentos à práticas de inovação que podem aperfeiçoar a produção e o trabalho como o uso da ensilagem, o cultivo do sorgo como alternativa alimentar animal, o cuidado com as queimadas, eliminar o uso da enxada pela tração animal com o uso do cultivador para as capinas, melhorando a produtividade do trabalho, permitindo o uso da mão da obra em outras atividades”, esclareceu Itamar.

Numa abordagem semelhante, o presidente da Ematerce Antônio Amorim enfatizou a importância da visão de mercado e como se alinhar aos processos de melhoramento produtivo e de comercialização, citando a apicultura como uma atividade potencialmente promissora, mas ainda pouca e erroneamente explorada.

“O Projeto São José IV pode investir em projeto na comunidade, mas é preciso identificar consensualmente o que pode ser melhor desenvolvido aqui. Na própria área da produção de cajá ter uma colmeia pode ser muito interessante para a polinização dessa e outras plantas”, concluiu Amorim.