Ematerce: dirigentes e extensionistas assistem à aula sobre alimentação alternativa para galinhas caipiras

10 de setembro de 2020 - 08:06 # # #

Antonio José de Oliveira – Assessor de Comunicação E-mail: antonio.jose@ematerce.ce.gov.br Fone: (85) 3217.7872

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) prosseguiu, na manhã de quarta-feira, 9 de setembro de 2020, com o ciclo de videoconferências, transmitidas pelas plataformas Zoom e Youtube, para dirigentes e extensionistas da capital e do interior. A fase teórica ficou a cargo do Engenheiro Agrônomo Antônio Zilval Fonteles, da Gerência de Apoio Técnico (Geate), e a fase prática pelo Zootecnista Francisco Caio Vasconcelos, do escritório de Santana do Acaraú-CE, sendo colaboradora a Professora-Doutora Cláudia Goulart de Abreu.

 

Na abertura, o presidente da Ematerce, Antonio Rodrigues de Amorim, (foto acima) referiu-se à importância de a empresa preocupar-se com a assistência técnica e gerencial, de qualidade, prestada aos agricultores familiares, seu público-alvo, pelo fato de a criação correta de galinhas caipiras ser um alimento sadio, para consumo familiar, além de uma fonte de renda a mais, que ajuda a melhorar o padrão de vida, mediante a venda de ovos e carne, produtos esses do agrado dos consumidores, tanto das cidades, quanto da zona rural e vendidos a um preço mais elevado no mercado consumidor.

Frisou ainda que, numa reunião, com representantes do Fida (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), foi perguntado acerca da atuação da Ematerce e ficaram satisfeitos com o que lhes foi informado. Amorim, então, asseverou ser importante, para a empresa, o aprovo do Fida, visto abrir horizontes para empresas de Ater poderem ter esse tipo de atividade financiada por esse Fundo Internacional, o que ajudaria muito o desenvolvimento dessa atividade pecuária.

Destacou, também, que, quando consultou o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, constatou que a Avicultura contribui com 14 bilhões de reais, enquanto o feijão representa 9 bilhões de reais. Mediante a superior arrecadação da Avicultura, a Ematerce pode reforçar a criação de aves, que contribuirá para fortalecer a economia cearense. Como procede, normalmente, ao abrir palestras e reuniões, Amorim agradeceu a presença dos extensionistas e elogiou a iniciativa dos palestrantes, competentes técnicos e especialistas nesse assunto, além da colaboração do grupo da Agroecologia da Ematerce, nas pessoas de Fernanda Aquino e Sidônio Vieira, com a colaboração da Professora-Doutora Cláudia.

O primeiro, a expor seus conhecimentos teóricos, foi Antonio Zilval Fonteles, (foto acima) que agradeceu ao presidente Amorim pelas gentis palavras, a seu respeito, e ao colega Caio, e a colaboração da Doutora e Professora Cláudia Goulart, afora o interesse dos colegas da empresa, que somaram o número superior a 80. Zilval enfatizou serem a soja e o milho essenciais, na alimentação das aves, e os custos de produção representam 70%. Levando em consideração os preços atuais da saca de soja custar R$ 125,00 e a do milho R$ 55,00, tem-se de encontrar alimentos alternativos, para não inviabilizar a criação de galinhas caipiras por parte dos agricultores familiares. Em seguida, com o uso de lâminas, foi iniciada a apresentação do que os palestrantes prepararam, para explanar, com o apoio dos responsáveis pela Agroecologia, no âmbito da Ematerce, os técnicos Sidônio Vieira e Fernanda Aquino, ambos da Geate.

Dentre as lâminas mostradas, destacaram-se o bem-estar animal, ou seja, a qualidade de vida física e mental do animal, as liberdades de movimento, aves livres de fome e sede, de estresse e de doenças, incluindo explicações sobre a funcionalidade das instalações, benfeitorias essas, as quais, associadas à tecnologia adequada ao trabalho, permitem ao agricultor familiar alcançar seus objetivos, desde que pratique as orientações, repassadas pelo extensionista, no tocante à instalação simples, confortável, adaptada à região e com dimensões corretas.

Concernente aos fatores limitantes, na alimentação das aves caipiras, estas devem ter à disposição uma área cercada, sombreada, denominada piquete, para exercício ou alimentação. Foi lembrado que, na área do piquete, a sombra fornece conforto térmico às aves, podendo ser obtida com árvores existentes, ou usando “sombrites”. Quanto aos cuidados com o comedouro e bebedouro, precisam ser instalados em ambientes limpos e de fácil acesso às aves. Também foram explicitados alguns produtos que podem ser acrescentados à agua e à alimentação, que ajudarão a fortalecer o organismo e a saúde delas.

O zootecnista Caio Vasconcelos (foto acima) enfatizou, também, que aves, uma vez alimentadas, de maneira correta, apresentam-se saudáveis, resistentes às doenças e com bons índices de produção, necessitando de proteínas, energia, vitaminas, sais minerais e aminoácidos. Na classificação de alguns alimentos, foi mencionado o volumoso (18% de fibra); do concentrado (18% de fibra); do energético (20% de proteína) e do proteico (20% proteína).

Importante salientar ter sido feita uma abordagem, acerca dos alimentos alternativos, que, dependendo das particularidades de cada região, podem existir alternativas industriais, a exemplo, de cevada, polpa de frutas, raspas de mandioca e sobra de hortigranjeiros. Ainda, em se tratando desses alimentos, devem possuir alta digestibilidade, higienizá-los e processá-los antes do uso, integrá-los, adequadamente, á formulação, utilizar volumosos secos, reduzido teor de fibra (18%) ( de 8 a 9%) e nunca superior a 13%), as raízes (energético), triturá-las e expô-las ao sol, produzir o farelo, armazená-lo, em local apropriado, e, se for folhas (proteico), utilizar o processo de fenação.

Quanto a usar frutas, na alimentação das aves, o agricultor deve adquiri-las fora do padrão, pois auxiliam, na pigmentação da carcaça e da gema do ovo, por ser ricas em vitaminas e sais minerais, agindo até como vermífugos. Já os alimentos funcionais, como folha de bananeira, ajudam a combater vermes nas aves, o limão e acerola, pois têm elevado ácido cítrico e combatem a coriza, o pó de café, este um energético, e o alho, o qual possui 17 antibióticos, Usar, também, a pimenta, o jerimum, que pigmentam a gema do ovo, e o capim, que pendurado no aviário, evita o canibalismo.

Por último, vale salientar terem sido alvos de elogios, os palestrantes, tanto pela comunicação fácil, a metodologia de apresentação e o conteúdo, sem falar das respostas dadas aos participantes, tirando suas dúvidas, o que se conclui – diga-se de passagem – terem todos assistido a uma verdadeira aula virtual em termos de teoria e prática na criação e alimentação de galinhas  caipiras.