Ematerce: assessor de oleaginosas elabora documento sobre controle de pragas do algodão

29 de setembro de 2020 - 08:04 # # #

Antonio José de Oliveira Assessor de Comunicação E-mail: antonio.jose@ematerce.ce.gov.br Fone: (85) 3217.7872 Fotos: Valdir José Silva

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), por intermédio do Engenheiro Agrônomo Valdir José Silva, assessor estadual de Oleaginosas, objetivando apresentar mais informações técnicas aos extensionistas, tanto do Centro gerencial, em Fortaleza-CE, quanto dos que trabalham, nos escritórios regionais e locais, elaborou um documento sobre o Controle de Pragas do Algodão.

No documento, Valdir Silva (Foto abaixo) disse que existem mais de 162 pragas do algodão, que causam prejuízo econômico ao bolso dos agricultores e que a publicação servirá como respostas às indagações, sempre presentes, no dia a dia, por parte dos técnicos e dos(as) agricultores (as) que plantam mencionada cultura.

Legenda: Engenheiro Agrônomo Valdir Silva,  assessor estadual de Oleaginosas da Ematerce.

Em seguida, informou que, na disponibilização de informações técnicas, ele não se referiu às doenças do algodão, visto não ser recomendado o controle, devido aos altos custos. Quanto a isto, sugere que as plantas do algodoeiro, quando apresentarem sintomas de doenças, precisam ser arrancadas e queimadas, porém com os necessários cuidados, para não haver incêndios.

A respeito das orientações, recomendadas, acrescentou não se tratar de um documento pronto e, sim, merecedor de sugestões, com vistas a seu aprimoramento e podendo servir de modelo para outras culturas e criações. Em suas considerações, disse: “Fico à disposição e aberto a críticas, tanto dos colegas extensionistas, quanto dos agricultores e das agricultores e espero que façam bom uso dele”.

De acordo com o assessor da Ematerce, no documento, constam três planilhas: Introdução, Orientações e Algodão. Na primeira, uma pequena introdução; na segunda, as orientações, necessárias, para operar a planilha algodão. Na planilha Algodão, apenas, o campo branco está disponível para uso. Para tanto, basta clicar sobre ele e aparecerá uma seta no canto abaixo. Clicando, nessa seta, será mostrada uma lista com as pragas. Ao selecionar uma delas, surgirão as informações técnicas.

Controle das pragas do algodão

De acordo com Valdir, a colheita do algodão aproxima-se e estima-se uma safra recorde, para este ano, perto de 3,0 milhões de toneladas. Mas, produzir todo esse algodão, com qualidade, não é uma coisa simples. Isso porque as pragas são um grande problema para a cultura, haja vista que podem comprometer até 60% da produtividade.

Ressalta, ainda, que a principal praga do algodoeiro é o Bicudo e, para o controle desse inseto, são gastos quase 10% do total do custo de produção. Acrescentou que, além do bicudo, são catalogadas mais de 160 espécies de pragas, que atacam o algodoeiro, dentre as quais, 15 são consideradas muito importantes e, apenas, o controle com defensivos agrícolas não é suficiente.

Na opinião do técnico da Ematerce, a utilização do controle biológico, como medida adicional, no combate às pragas, nessa cultura, é muito importante, podendo atingir boas porcentagens de controle. Lembrou que, para que os dois métodos alcancem o desempenho desejado, é fundamental seguir as Boas Práticas Agronômicas e, principalmente, o Manejo Integrado de Pragas no algodão. Dessa maneira, os insetos benéficos não são prejudicados.

Estratégias do controle de pragas

Ao referir-se às principais estratégias do controle de pragas, frisou que incluem: a) Manipulação de cultivares – a utilização de cultivares, de ciclo curto, recomendada por diversas pesquisas, visto reduzir o tempo de exposição das plantas às pragas. Além disso, a utilização de cultivares de algodão Bt também auxilia no controle, devido serem tóxicas a algumas espécies de insetos predadores e essas cultivares podem diminuir o uso de inseticidas e aumentar a produtividade do algodão.

b) O controle biológico consiste no uso de parasitoides e predadores das pragas do algodoeiro. Entre os insetos e outros organismos benéficos, dos quais se pode lançar mão, destacam-se a joaninha, os besouros, o Bicho-Lixeiro, além de aracnídeos, fungos e bactérias.

c) O controle cultural compreende um manejo específico da cultura do algodão, que ajuda a reduzir a pressão das pragas sobre a lavoura. Entre as técnicas, importante mencionar o plantio uniforme, a destruição de restos culturais, o uso de rotação de cultura, a adoção de períodos livres de plantio e a eliminação de botões florais e maçãs atacadas e de hospedeiros alternativos.

d) No controle químico é essencial a utilização de pesticidas seletivos. Mas, o controle químico somente deve ser efetuado, quando as pragas atingirem o nível de controle e o que está, por trás de um controle de pragas, é a realização do monitoramento durante todo o ciclo.

Recomendações

Segundo Valdir, em uma área de 100 hectares, por exemplo, deve-se tomar 100 plantas, por talhão, e dividi-las em 20 pontos, com cinco plantas, sempre caminhando, em ziguezague, para serem avaliadas as plantas da margem e do meio do talhão. Deve-se fazer isso, a cada três a sete dias, a depender do resultado da primeira avaliação. Acrescentou, também, que além das pragas, os inimigos naturais também devem ser contados, para ter-se ideia do nível da não ação, em que não precisaria entrar com o controle.

Após ler o documento, elaborado por Valdir Silva, o diretor técnico da Ematerce, Itamar Lemos Marques (Foto acima), afirmou ter ficado ótimo, sendo de fácil acesso e compreensão, em seu manuseio, além de útil, também, para agricultores (as). Concluindo, pontuou: “Parabéns, Valdir, pela relevante colaboração aos (às) colegas extensionistas e produtores rurais, responsáveis pelo cultivo do algodão”.