Ater melhora produção do caju em Beberibe
29 de outubro de 2020 - 12:11 #Beberibe #caju
Aécio Santiago - aecio.santiago@ematerce.ce.gov.br - fotos: Edilmo Gurgel
O Ceará é o principal produtor de caju do País, seguido, respectivamente, dos estados do Piauí e Rio Grande do Norte. No Ceará, a Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará) realiza um trabalho de várias décadas para o melhor aproveitamento dessa cultura, principalmente na agricultura familiar.
Na Fazenda Corrente da Lagoa Funda, na localidade de Lagoa Funda, de propriedade do agricultor Mariano Ribeiro Monteiro, 75 anos, a Ematerce presta Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) por intermédio do escritório de Beberibe-CE e fica a 15 quilômetros da sede municipal, com a participação do engenheiro de pesca Rafael Moreira e o técnico Roberto Salomão, coordenado pelo gerente regional Abdias Monteiro Filho.
O acompanhamento é feito há décadas, visando o melhoramento da produção e sua melhor comercialização. A propriedade passou pelo Projeto de Revitalização do Cajueiro, coordenado na Ematerce por Egberto Targino. Na ocasião, início dos anos 2000, chegou-se a fazer a substituição de copas em 600 hectares da propriedade, além da 1ª substituição de copa feita com a Ematerce em parceria com técnicos da Embrapa e do trabalho de enxertia para a melhor produtividade da área de cultivo do caju anão precoce e cajueiro irrigante.
Atualmente, a fazenda tem 100 hectares plantados, no período de safra contrata até 25 pessoas e na entressafra, de seis a sete profissionais. Segundo Mariano, sua produção de cajuína chega a cerca de 200 mil litros. Um dos principais compradores do caju do produtor rural vem de São Paulo, que adquire 500 toneladas anualmente, além de Piauí e Rio Grande do Norte. Só de caju de mesa, diz Mariano, são cinco mil caixas, cada 20 quilos cada, comercializadas na região e para Fortaleza.
De acordo com o técnico da Ematerce Roberto Salomão, o município de Beberibe detém a maior área de cajueiro anão precoce do estado, com cinco mil hectares plantados e em 2019 produziu 40 toneladas de castanha. A média de produção de castanha no município, atualmente, é de 700 quilos/hectares, o que corresponde a 6.300 quilos do pendúculo.
Produção
O Ceará é o maior produtor de castanha do país ocupando em 2009 uma área de 400.000 hectares e produzindo em torno de 130.000 toneladas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Cajucultura ocupa, hoje, uma área colhida, totalizando 286.116 hectares, sendo 195.418 hectares de caju comum e 90.698 hectares de cajueiro anão.
Em 2018, alcançou a produção de 36.191 toneladas de caju comum e 34.716 toneladas de cajueiro anão. Observa-se, de acordo com os dados apresentados, que a área de cajueiro anão representa, apenas, 32,7% da área total colhida com caju, entretanto essa área foi responsável, na safra de 2018, por quase 50% da produção total de castanha.
Castanha em alta
A produção brasileira de castanha de caju prevista para 2020 é de 149,5 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmado o resultado, será uma alta de 7,3% em relação a 2019. O IBGE não possui informações específicas da polpa. No campo das exportações, também não há dados sobre vendas do falso fruto, já que ele é muito perecível e é difícil de ser vendido ao exterior.
Programa de Revitalização do Caju
Começou em 2007 com o programa de distribuição de mudas de cajueiro anão que ainda hoje está vigorando. Em 2009, teve início o programa de substituição de copas que funcionou até 2017. No momento, está sendo elaborado outro projeto pará tentativa de retomada do programa.
Fonte: IBGE e Relatório Ematerce do Projeto de Revitalização da Cajucultura