Ematerce: presidente e assessor estadual visitam plantio de Umbu-Cajá no Rio G. do Norte

25 de novembro de 2021 - 15:15 # # #

Antonio José de Oliveira - Jornalista e Assessor de Comunicação Social. E-mail: antonio.jose@ematerce.ce.gov.br Fone: (85) 3217.7872

O presidente da Ematerce, Antônio Rodrigues de Amorim (foto abaixo), esteve, na segunda feira (22.11.21), no estado do Rio Grande do Norte, conhecendo a cultura do Umbu-Cajá, acompanhado do assessor estadual Nizomar Falcão. Presentes, também, os Professores/ Doutores, da Universidade Federal Rural do Semiárido – Ufersa – Francisco Queiroz Porto Filho, pesquisador de Spondias, e Glauber Henrique de Sousa Nunes, Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão.

Informou Nizomar (Foto abaixo) que o objetivo da visita foi conhecer as experiências exitosas, com a cultura das Spondias, naquele Estado, para fundamentar um grande projeto produtivo de Recaatingamento do Ceará, mediante a implantação de 1.000.000 (Um milhão) de mudas em todo o semiárido cearense. De acordo com o técnico Nizomar, que concebeu o projeto, na caatinga cearense, a evolução das condições naturais tem caminhado em direção de um paulatino aumento da aridez e da degradação do solo, o que está confirmado pelos registros dos dados meteorológicos, pela intensa erosão, observada nas camadas superficiais dos solos e pelas perdas evidenciadas nas espécies da flora e da fauna, algumas das quais hoje extintas.

Acrescentou que, ao lado da evolução ambiental, proporcionada pelas condições naturais, soma-se a aceleração destes processos às ações provocadas pelo homem que, sem diretrizes norteadoras de utilização dos recursos naturais, aplica métodos extrativistas, sem a consciência do tempo e do valor necessário para a recuperação daqueles recursos.

Legenda: Professores/ Doutores, da Universidade Federal Rural do Semiárido – Ufersa – Francisco Queiroz Porto Filho – pesquisador de Spondias, e Glauber Henrique de Sousa Nunes, Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão.

Adiantou que os danos ao meio ambiente físico e a resultante falta de condições, para o estabelecimento da flora e da fauna, são problemas importantes, por atingirem fontes primárias da necessidade humana mais básica – o alimento. Além disso, acrescente-se a perda de recursos biológicos, muitos de valor desconhecido, devido à “insularidade” na zona semiárida.

Legenda: presidente da Ematerce visitou, também, mudas em estufa.

Afirma, ainda, Nizomar que o conhecimento dos ecossistemas da caatinga é condição essencial e urgente, para proporcionar ao homem meios, para o aproveitamento racional e permanente dos recursos naturais, afora permitir a tomada de medidas, que venham contribuir para a preservação do ambiente e para reverter o atual processo de degradação dos solos, não somente em relação à cobertura vegetal, sua florística e fauna, mas também protegendo-o, como um todo, para que esses possam exercer o papel na garantia da dinâmica dos recursos hídricos e até do clima em nível local.

Reforça, também, o técnico da Ematerce que a posse desses conhecimentos permite, ainda, a formulação de hipóteses, relacionadas ao uso econômico e social dos recursos naturais da caatinga e, ainda, de interpretações acerca da evolução histórica da vegetação, nela existente, quando mostra, por exemplo, os pontos de passagem, ou a trajetória dispersiva, o saldo florístico de coberturas vegetais pretéritas e a interação que o meio vegetal garante ao fornecer condições para o desenvolvimento harmônico da fauna e da flora.

Legenda: produtor Aluízio de Sousa recepcionou os visitantes com cafezinho e muito umbu-cajá.

Ressalta, igualmente, que a preservação do patrimônio genético da caatinga está, diretamente, relacionada à viabilização de alternativas produtivas sustentáveis, que possibilitem a convivência do homem com as condições climáticas do semiárido e que reduzam a pressão antrópica sobre os recursos naturais. Em seguida, pontuou ser fundamental a garantia da base ecológica de sustentação, para um novo modelo de desenvolvimento.

Prosseguindo, mencionou que, na oportunidade, visitaram o produtor Aluízio Maria de Sousa, no sítio Carne Gorda, no vale do Açu, cuja recepção foi à base de um cafezinho e muito Umbu-Cajá, preparados pela senhora Luiza Quirino de Souza, de 87 anos, mãe do produtor e precursora da atividade, no município de Açu, após se decepcionar com o plantio de feijão e milho. O produtor rural Aluízio, conhecido na região pela alcunha de “Aluízio do Umbu”, tem uma área cultivada, de forma comercial, de 15 hectares, irrigada, com espaçamento de 10m x 10m, fornecendo para indústria e consumo “in natura” para os estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Vale destacar que a grande inovação da cultura, adotada, pelo produtor, é a indução floral, associada à irrigação, o que faz com que a cultura produza frutos o ano inteiro. Segundo o produtor, já chegou a colher até 1.800 quilos./frutas/planta/ano. O passo seguinte, foi visitar a unidade de pesquisa da Empresa de Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), no município de Ipanguaçu, para conhecerem os experimentos, os quais estão sendo por eles sendo conduzidos, especialmente, os viveiros de mudas. A ocasião foi aproveitada, igualmente, para uma visita à propriedade do ex-deputado federal Betinho Rosado, um grande entusiasta dos cultivos, apropriados para convivência com o semiárido.

 

Legenda: o produtor rural Aluízio é bem-sucedido, com o que planta, em sua propriedade, devido a sua dedicação e amor ao trabalho.

De acordo com Nizomar, o Projeto de Recaatingamento, quando estabelecido, nas condições propostas, pode neutralizar até 150.000 toneladas de carbono, por ano, uma questão muito discutida durante a COP-26.