Engenheiro Agrônomo da Ematerce explica como coletar uma amostra de solo de forma correta
31 de janeiro de 2022 - 17:17 #coleta de solo
Bruno Andrade - Jornalista e Assessor de comunicação. email: bruno.martins@ematerce.ce.gov.br
Embora seja de fundamental importância a utilização da análise de solo pelos produtores, essa prática em nossa região, ainda não recebe a merecida atenção por parte da maioria dos produtores e técnicos mesmo estando demonstrada a força que a aplicação dos adubos minerais e/ou orgânicos têm, quando aplicados de forma correta, representam no aumento da produtividade e melhoria da qualidade dos produtos colhidos.
Para uma correta recomendação da calagem e adubação de uma cultura, torna-se necessária a realização da análise química e muitas vezes física também, do solo em laboratório, para que se faça uma avaliação dos macro nutrientes(P, K, Ca, Mg, S) e micronutrientes(Fe, Zn, Cu, Mn, B, Mo), além da presença no solo dos elementos tóxicos como Al e H.
Os objetivos para fins de análise de fertilidade são de obter informações conforme descrição abaixo:
• Manter adequado os níveis de fertilidade exigidos pelas culturas exploradas;
• Encontrar parâmetro para quantificar os nutrientes a serem aplicados conforme a exigência de cada cultura;
• Estimar a probabilidade de respostas lucrativas com o uso indicado dos corretivos e fertilizantes;
A primeira fase da análise química refere-se ao trabalho de amostragem que deverá ser realizado com muito critério para que as etapas seguintes não sejam comprometidas e assim venham prejudicar a definição das quantidades de calcário e fertilizantes a serem aplicados na cultura.
Para um diagnóstico bem feito a retirada de amostras de terra para análise deverá seguir os seguintes passos:
• Dividir o terreno em áreas homogêneas quanto a topografia, vegetação, cor e textura. Glebas homogêneas muito grandes, devem ser divididas em sub-glebas de no máximo 10 hectares;
• A amostra composta a ser enviada para o laboratório deverá conter aproximadamente 20 sub-amostras simples por gleba;
• As amostras simples devem ser coletadas uniformemente em toda a área coletada. (figura. 1)

Figura 1 – Pontos de coleta.
• Para a coleta adequada das amostras de solo necessita-se de: trado holandês, trado de rosca, um enxadeco e/ou uma pá reta, (figura.2). Além dos instrumentos citados precisa-se ainda de uma balde, sacos plásticos e etiquetas;

Figura 2 – Equipamentos de coleta.
• Raspar a vegetação superficial e com a ferramenta adequada retirar a primeira amostra simples e colocar no balde. Evitar locais como cupinzeiros, formigueiros, restos de queimadas, local de reposição de fezes, etc.
• Para a maioria das culturas, as amostras simples são coletadas na profundidade de 0-20 cm, considerando-se no entanto a camada de solo onde se encontra o maior volume do sistema radicular. No caso de culturas perenes, em áreas novas, recomenda-se coletar as amostras simples nas camadas de 0 a 20, 20 a 40 e muitas vezes até de 40 a 60 cm. A amostragem de camadas mais profundas permite avaliar a necessidade corrigir impedimentos químicos do sistema radicular como elevados teores de Al e baixos teores de Ca;
• Quanto a época para realizar a amostragem para culturas anuais recomenda-se 60 dias antes do plantio. No caso de culturas perenes, em produção, fazer logo após a colheita e antes da primeira adubação do novo ciclo;
• Após a coleta das amostras simples que foram colocadas no mesmo balde, o solo deverá ser bem misturado obtendo-se um amostra composta homogênea, da qual se separam 500 gramas em saco plástico limpo. Identificar as amostras com data, local, nome do produtor e encaminhar para o laboratório o mais rápido possível.
Aguardar os resultados analisados pelo laboratório e proceder a interpretação dos dados para as devidas discussões junto ao produtor interessado.
Aproveito a oportunidade para alertar aos técnicos no sentido de que mostrem a necessidade e incentivem os produtores quanto a importância do trabalho de amostragem de solo na época certa e de forma correta e desta forma possamos contribuir na melhoria dos solos e consequentemente no aumento da produção e produtividade de nossas culturas.
Autor: Egberto Targino Bonfim
Engenheiro Agrônomo da Ematerce.