Ematerce orienta aplicação de bioinseticida no combate à lagarta do cartucho no milho
11 de fevereiro de 2022 - 10:34
Ascom / Edilmo Gurgel – edilmo.gurgel@ematerce.ce.gov.br Fotos: Arquivo do técnico Valdir José Silva.
Milho hibrido plantado usando sementes fiscalizadas do programa Hora de Plantar.
O Projeto Hora de Plantar, instituído pelo Governo do Estado do Ceará objetivando substituir o plantio, nas pequenas propriedades rurais familiares, de grãos por sementes fiscalizadas e mudas de espécies frutíferas e florestais de alta qualidade genética. Em 2022, o programa que é coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário – SDA – e executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará – Ematerce – está em sua 35ª edição e disponibiliza para os milhares agricultores familiares, 2,8 mil toneladas de sementes fiscalizadas de milho (variedade e híbrido), feijão caupi e sorgo forrageiro além de, sementes manivas, mudas de cajueiro, acerola, cajá, goiaba, manga, umbu cajá e raquetes de palma forrageira.
Plantio de milho tratado com Bt contra a lagarta do cartucho.
Sendo a Ematerce responsável pela orientação técnica aos produtores rurais atendidos pelo Programa, orienta aos que plantam as sementes de milho a aplicação do bioinseticida Bacillus Thuringiensis – Bt –, quando no aparecimento da lagarta do cartucho, nos plantios da cultura do milho. O bioinseticida Bt é um produto biológico que tem como ingrediente ativo (i.a.) a bactéria Bacillus thuringiensis, conhecida como Bt. Esta bactéria é comumente encontrada em solos e resíduos orgânicos e quando devidamente aplicada, apresenta alta eficácia no controle da lagarta do cartucho do milho, sem riscos de desequilíbrio ao ambiente e intoxicações aos animais e ao ser humano, informa o Engenheiro Agrônomo, Valdir Silva (Ematerce).
Informam os Engenheiros Agrônomos, Marcus Vinícius e Benedito Feijão, coordenadores do programa de distribuição do Bt na SDA, já foram distribuídos, somente em 2022, 6.368 doses de Bt, que foram aplicados em 1.667 hectares de milho afetados pela praga da lagarta do cartucho, em 35 municípios, em 2022.
Modo de aplicação
Diluir a dose em meio litro (500 ml) de água, agitar bem a solução e coar em tecido fino ou gaze, descartar a parte sólida e reservar a líquida (solução concentrada de Bt), que deve ser diluída em duzentos litros
de água e aplicada em um hectare da cultura. É aconselhável que se adicione um agente espalhante adesivo (óleo mineral): adicionar um mililitro do produto a cada dez litros da solução do Bioinseticida Bt a ser aplicado.
A aplicação do bioinseticida Bt pode ser realizada por vários equipamentos como: bombas costais, tratores e aéreos, não sendo recomendado, no entanto, os atomizadores. Em pulverizador costal manual utilizar 50 ml (cinquenta mililitros) do Bt em 20 litros de água limpa.
Aplicar o bioinseticida à base de Bt quando houver o ataque inicial da lagarta do cartucho (observar folhas raspadas). Normalmente, o ataque pode ser observado até 10 dias após a germinação do milho.
Aplicar o produto após as 16:00 horas, a insolação reduz muito a qualidade do produto.
Caso tenha havido uma chuva, refazer a aplicação do produto.
Após 15 dias da primeira aplicação, fazer a segunda aplicação, observando os mesmos procedimentos de preparação.
Sugere-se no mínimo cinco aplicações do produto, recomendam os técnicos da Ematerce.
Modo de ação do Bioinseticida
Por ingestão, ou seja, a “lagarta nova” precisa ingerir o produto. Não é por contato. “O princípio ativo deste bioinseticida são os cristais que a bactéria forma, que no aparelho digestivo da lagarta, transforma-se em substância tóxica para a lagarta. O inseto para de se alimentar em no máximo 5 minutos. Num segundo momento, o cristal ataca e destrói a parede do tubo digestivo, permitindo o extravasamento do líquido
digestivo para dentro do corpo do inseto, levando consigo bactérias, provocando uma infecção generalizada matando a lagarta. O acondicionamento do Bt deverá ser em sacos plásticos e armazenados em freezer com a temperatura a -20 graus centigrados, acrescenta o professor Marcus Vinicius. O produto é fabricado pela Biofábrica da Secretaria do Desenvolvimento Agrário – SDA.