Com apoio da Ematerce, agricultor de Pindoretama-CE consegue empréstimo no Banco do Brasil

4 de novembro de 2025 - 10:25

augusto.brandão@ematerce.ce.gov.br Pindoretama-CE Foto: Jornalista Augusto Brandão

 

Eliezer Gondim, Poliana Duarte e Mauro Costa.

 

O agricultor Mauro Costa, proprietário do Sítio Trindade, no distrito Ema, em Pindoretama-CE, realizou o sonho do seu pai, João da Silva, de 88 anos de idade, ao conseguir crédito no Banco do Brasil para plantar feijão e maxixe irrigados, a partir da orientação técnica do Posto Avançado da Ematerce, naquele município.

Técnico em agropecuária, Mauro Costa conta que tudo começou em 2017, quando teve os primeiros contatos a Ematerce, à época sob a responsabilidade do engenheiro agrônomo Euclides Silva, passando também pelo agrônomo, Jocimar Ayres, e finalizado agora com a agrônoma Poliana Duarte e o técnico de crédito da Ematerce Nailson Oliveira, “a quem dou parabéns a todos que me ajudaram nesta conquista”.

Dos 7,2 hectares de sua propriedade, Mauro Costa reservou 1,4 hectare para o plantio de feijão-de-corda, das variedades Canapu e Pingo-de-Ouro, e de maxixe, variedade Liso Gibão, em sistema de rotação de culturas, iniciando pelo feijão. Ele explicou que não pretende plantar toda a área de uma só vez, pois “quer primeiro observar o desenvolvimento da plantação, o ataque de pragas, a produtividade e a qualidade do produto”. Além disso, o produtor busca garantir a oferta de feijão – o produto de maior valor agregado – durante o período da entressafra.

Expectativa

O agricultor disse estar confiante “por alguns motivos”. Primeiro citou o apoio do Posto da Ematerce de Pindoretama-CE, a experiência de outros agricultores da região e a garantia de mercado “para escoar a produção”. Ressaltou, também, a colaboração da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Pindoretama-CE (Coopafesp).

Plantação

Os 1,4 hectare serão irrigados por gotejamento. O agricultor já recebeu todo o material necessário, como mangueiras, caixa com capacidade para armazenar 20 mil litros de água, conexões, cabos de energia elétrica e motor. A base de concreto para a instalação da caixa já está pronta. O espaçamento adotado será de um metro entre as linhas e de 30 centímetros entre as plantas. Será utilizado o sistema de rotação entre o feijão e o maxixe.

O proprietário relata que a adubação será feita por meio do sistema de irrigação e que todo o combate às pragas ocorrerá com o uso de defensivos biológicos. “Vamos praticar a agricultura sustentável”, esclareceu. Informou ainda que, primeiramente, foi providenciada a análise de solo.

Comercialização

Mauro Costa não se preocupa com a comercialização, pois acredita que a região tem mercado suficiente para atender à demanda. Ele explica: “Como vamos vender o feijão-verde, a venda é garantida nas feiras de Cascavel-CE e Pindoretama-CE, nos restaurantes da beira-mar desses municípios e na Ceasa, em Maracanaú-CE.” Atualmente, o quilo do feijão-verde custa R$ 20,00. Da mesma forma, ele imagina que “não será diferente” com o maxixe.

Além disso, o produtor enfatiza: “Mercado não falta, porque há pouca gente para produzir e muita para consumir”, ponderou, citando uma frase que ouviu de um vizinho que também planta e vende feijão-verde no município.

Financiamento

Mauro Costa iniciou as negociações com o Banco do Brasil em 2024. Consequentemente, o financiamento no valor de R$ 52.440,00 foi aprovado em 2025. O empréstimo será pago em 10 anos, com carência de três anos. A primeira prestação vencerá em 25 de julho de 2029 e a última, em 25 de julho de 2035. São seis prestações de R$ 7.540,47 e uma de R$ 7.540,48, somadas aos encargos financeiros. Mauro considera que 10 anos “é tempo suficiente” para quitar a dívida e “terá um bom lucro. Vai compensar”, concluiu.

Assistência técnica e crédito rural

A engenheira agrônoma Poliana Duarte destaca que a agricultura familiar tem papel decisivo na produção de alimentos, na geração de renda e na permanência das famílias no campo. No entanto, para ela, o fortalecimento desse segmento depende de políticas públicas que assegurem condições adequadas de desenvolvimento. A assistência técnica e extensão rural (Ematerce) e o acesso ao crédito rural são os principais instrumentos. Juntos, quando integrados, eles promovem resultados significativos.

Segundo Poliana, a ATER orienta os produtores. Ela ajuda na adoção de práticas sustentáveis, no manejo eficiente do solo e da água e na melhoria da gestão das propriedades. Por outro lado, o crédito rural possibilita investimentos em infraestrutura, aquisição de insumos e ampliação da produtividade. Portanto, a combinação dessas políticas públicas fortalece a agricultura familiar, impulsiona o desenvolvimento local e contribui para a segurança alimentar e a sustentabilidade no meio rural.

Parceria

O gerente do Banco do Brasil em Pindoretama, Eliézer Gondim, destacou a parceria do banco com a Ematerce. Ele entende que a assistência técnica e extensão é fundamental para fortalecer a “agricultura familiar e o agronegócio”. Eliezer Gondim esclareceu que o banco faz uma análise criteriosa do contexto do financiamento. Além disso, ele avalia as condições do agricultor ou da agricultora para verificar qual empréstimo se enquadra na realidade do futuro cliente. “O enquadramento” do cliente dentro das normas técnicas do banco é essencial, frisou.

“O plano safra se estende de julho de 2025 até junho de 2026 e tem um aporte significativo de recursos do governo federal. Assim, ainda conseguimos ter bastante valores disponíveis para trabalhar”, finalizou o gerente. O valor é de R$ 16 bilhões para todo o país.