Ematerce anfitriona intercâmbio técnico com agricultoras e técnicas da Emater – DF
4 de outubro de 2023 - 12:31 ##agricultoras e artesãs ##Distrito Federal ##Ematerce Cascavel ##V FENACE #intercambio técnico
Jornalista Valéria Barbosa valeria.ferreira@ematerce.ce.gov.br Fotos: Valéria Barbosa Psicóloga Fernanda Aquino
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Ematerce – recebeu onze integrantes da Emater do Distrito Federal, sendo 6 agricultoras e 5 técnicas, que estiveram, na última semana de setembro, visitando polos, como o Centro de Artesanato Cearense – CeArt e o município de Cascavel, rico e reconhecido por suas peças espalhadas no comércio nacional e internacional. A equipe foi recepcionada pela empresa com participação da psicóloga , Fernanda Aquino, técnica em recursos humanos, e Ticinanne Gomes, gerente de produção artesanal da CeArt. Uma visita à edição da V Feira Nacional de Artesanato e Cultura – FENACE, que aconteceu no Centro de Eventos do Ceará, no período de 26 de setembro a 01 de outubro de 2023, constou da programação do Intercâmbio Técnico.
A solicitação que partiu da Empresa de Assistência Técnica do Distrito Federal à Ematerce teve como objetivo oferecer para as produtoras, oriundas do Programa da Agricultura Familiar desenvolvido no país, uma visão de como as agricultoras cearenses, que de igual modo trabalham no campo, estão organizadas e têm no artesanato uma renda extra, para contribuir e melhorar o orçamento da casa.
Os dias de atividades foram direcionados para encontros e troca de informações sobre toda a cadeia produtiva do artesanato cearense, desde a identificação de artesãs e artesãos, suas habilidades, suas técnicas, obtenção de material de manufatura, agrupamentos em cooperativas, logística de exposição e venda, entre outros itens, que constam na formação do quadro de expositores cadastrados pela Coordenadoria de Desenvolvimento do Artesanato, da Secretaria de Proteção Social.
Dois problemas foram identificados na ocasião: o preconceito que as pessoas têm ainda para a compra de artesanato, quer seja para o seu consumo ou para presentear, e a precificação, por parte das produtoras. Além destes, há uma autocensura, como foi dito pela artesã Eva Lopes Pereira da Silva, do distrito de Brasilândia “eu faço, guardo tudo, porque acho que não vão gostar. Acredito. Mas, quando participo de feiras eu vendo.”
Sandra Maria Evangelista, onde a Emater foi o seu primeiro emprego e experiência profissional, explicou que em Planaltina já passamos por várias fases para fazer valer o nosso trabalho. “Também estivemos em contato com o SEBRAE para alavancar cursos para termos produtos de qualidade. Somos 22 comunidades. Após concluir a universidade e curso de especialização, digo que quero viver, um dia, do artesanato e não sobreviver. Se a gente quer crescer, a gente tem que ampliar recursos para todos crescerem.” Maria do Carmo dos Santos Barbosa, da Emater DF, lembrou a qualidade que o artesanato tem que ter, para ser atrativo para os pontos de comercialização, porque às vezes está numa situação de muito bonito ou muito brega.
Em relação ao esquema de produção, a turismóloga, Zaída Almeida da Silva, da sede da Emater DF, assinalou “armazenamento, pontos de comercialização, capacitação, quantidade/qualidade, logística de venda, em virtude de muitos eventos serem à noite, sem as condições do próprio artesão ter facilidades de deslocamento. Hoje é uma experiência de vida colocarmos no nosso espaço.”
Keyla Soares de Souza, extensionista da Ematerce, do escritório Alexandre de Gusmão, comentou sobre a gestão em alimentar a cadeia de produção e a avaliação das habilidades no processo do artesanato. Disse sobre o seu trabalho de artesã, desde os 16 anos. Jovem já participou de três eventos da Agrobrasília e “visitar a FENACE foi uma troca de vivências. Aprendi muito, em conversa com as expositoras.”
No que se refere a know-how a CeArt está num patamar em destaque à frente no país, pois é o único estado que compra artesanato dos artesãos, realiza oficinas e faz capacitação em grupo. A gerente de produção artesanal, Ticianne Gomes explicou que “realizamos um esquema que segue de modelo para outros estados, visto que fazemos um levantamento nos municípios ou recebemos propostas dos artesão; fazemos um diagnóstico sobre a tipologia e técnica (transferência com identidade cultural); cadastro, edital, curadoria, inclusão nos benefícios; comercialização, através do espaço do Centro, além de outros segmentos que são incorporados para a participação nos eventos.”
Ressaltou que são 38 mil cadastrados no Estado, sendo 600 em Fortaleza e o contingente de mulheres está em torno de 65% a 70%. “No momento, já temos 16 tipologias catalogadas.” Sobre o resultado do intercâmbio, a psicóloga Fernanda Aquino, evidenciou a troca de conhecimento de duas realidades, das artesãs do Distrito Federal e das cearenses. “Com certeza, o conhecimento demonstrados nos dois cenários, vão enriquecer ambas as partes.”
E mais: “aqui pudemos apresentá-las tanto o trabalho finalizado, em exposição para a venda, numa logística bem estruturada, quando fizemos o segundo encontro, in loco, na CeArt, como no primeiro, na abertura da edição da V FENACE, com a participação de 27 estados, 1.500 artesãos e 320 expositores.”
Concluiu: “foram momentos valiosos, que somados ao fechamento com uma viagem para Cascavel, onde fomos recepcionados pelo gerente regional da Ematerce, Zinval Fonteles e com a sua equipe visitamos as comunidades de Moita Redonda e Guanacés. Tivemos o apoio da extensionista Joana D’arc e conhecemos os trabalhos das agricultoras em cerâmica, bordado, peças de arte com fibras e folhas de bananeira, carnaúba e coco, como também pintura em tecido e quadros. Verdadeira fonte de renda para a família. Os depoimentos finais do grupo de Brasília apontaram para a importância do trabalho de assistência técnica rural e o sucesso do evento, o que muito nos gratifica.”