MAPA e Ematerce envolvidos no processo de certificação de agroindústrias de farinha no Cariri

6 de novembro de 2023 - 09:42

Ascom / Edilmo Gurgel – edilmo.gurgel@ematerce.ce.gov.br Fotos: Francisco Leandro MAPA

Legenda: Técnicos da Ematerce e auditor do MAPA visitando agroindústrias de mandioca no Cariri.

A farinha de mandioca é um alimento ancestral para o povo brasileiro. Sua produção e consumo teve início com a vasta população indígena e depois foi incorporada ao quotidiano alimentar do colonizador. Nesse cenário, diversos municípios do Nordeste se especializaram na produção da mandioca e de seus subprodutos como: a farinha de mandioca e a fécula (goma).

Legenda: Mandioca sendo processada em casa de farinha.

Há um enclave de produção, composto por diversos municípios da região do cariri como: Salitre-CE, Santana do Cariri-CE e Araripe-CE, pelo lado do Ceará, Araripina-PE e Serolândia-PE, em Pernambuco e Marcolândia-PI, no Piauí, com casas de farinha com fabrico diário médio em torno de 400 sacos de 50 quilos, produção mensal estimada em 500.000 quilos. Com relação ao fornecimento de matéria-prima estima-se que hoje existe uma área cultivada de mandioca de cerca de 60.000 hectares.

Essa produção de farinha e goma abastece todo o Ceará , Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, assim como, à região norte, em especial os estados do Pará e Acre.

No Estado do Ceará, o Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará – Ematerce realizam o mapeamento e a regularização das unidades de produção dos subprodutos da mandioca. As primeiras ações envolvem a realização de reuniões técnicas com diversos atores produtivos como: associações, cooperativas, Ematerce, Sindicatos Rurais e Secretarias Municipais de Agricultura.

Legenda: Técnicos da Ematerce orientando sobre processamento de mandioca em casa de farinha.

O principal objetivo é consolidar a região da Chapada do Araripe como uma das principais produtoras de farinha de mandioca do país e dar maior segurança alimentar a uma das cadeias agrícolas mais importantes para a agricultura nordestina. Um exemplo dessa iniciativa é um trabalho realizado junto à prefeitura de Salitre-CE, através da Secretaria Municipal de Agricultura, quando foram cedidos alguns técnicos para assessorar nas ações do MAPA e da Ematerce, objetivando orientar as agroindústrias no ajuntamento e encaminhamento da documentação necessária para efetivação do registro e execução das melhorias físicas das casas de farinha.

Segundo o Auditor-Fiscal Federal Agropecuário do MAPA, Francisco Leandro de Paula Neto, o primeiro desafio do Ministério é conhecer o universo e fomentar o primeiro registro das casas de farinha, que ocorre por meio de solicitação eletrônica, sem cobrança de qualquer taxa. Além disso, o MAPA preconiza a estruturação das fábricas, visando as boas práticas de fabricação como: disponibilidade de sanitários, controle de pragas, qualidade da água utilizada no processo de fabrico e higiene de pessoal, dentre outros pontos. Nesse processo envolve o incessante trabalho de conscientização realizado pela extensão rural (Ematerce).

Em 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Ematerce devem concentrar ações nos municípios dessa região, com foco no registro dos estabelecimentos, em uma força-tarefa que ocorrerá ao longo de todo o ano e terá por objetivo registrar o maior número de casas de farinha, objetivando conscientizar os produtores sobre a importância de produzirem a farinha e a goma com processos de higiene e qualidade.