Ematerce e MAPA orientam a certificação de pequenas agroindústrias de polpa de frutas

23 de fevereiro de 2024 - 10:59

Ematerce e MAPA orientam a certificação de pequenas agroindústrias de polpa de frutas Fotos: Ascom Ematerce

Legenda: Sala de produção de polpa.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará – Ematerce e o setor de Auditoria Fiscal de Produtos Agropecuários da Delegacia Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Ceará -MAPA, estão intensificando a certificação de pequenas agroindústrias de bebidas em geral (cajuína, polpas de frutas) em propriedades de agricultores familiares assistidas pela Ematerce. Desde 2021, já foram habilitadas e certificadas, no Ceará, 30 agroindústrias familiares que, de acordo com a Instrução Normativa 72/2018, já poderão negociar seus produtos tanto no município, no Estado como também, vendê-los para os programas governamentais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), informa o auditor do MAPA, Francisco Leandro.

Produtores recebendo o certificado do MAPA.

De acordo com o que preconiza a Instrução Normativa 72/2018, do MAPA, todas as agroindústrias, independente do porte, para funcionarem regularmente precisam ser certificadas e receberem assistência técnica de um profissional da área agronômica e/ou de alimentação. No caso das 30 unidades já certificadas pelo MAPA, todas elas são assistidas pela Ematerce e não precisam pagar por esse serviço a profissionais terceirizados, por serem também de pequeno porte e produtores familiares.

Legenda:Produtores Angélica Helena e João Salmito.

A última agroindústria, assistida pela Ematerce e contemplada com a certificação do MAPA, em dezembro de 2023, foi a do sítio Carneiro, com 4,2 hectares, no município de Paraipaba-CE, de propriedade do casal Angélica Helena e João Salmito que montaram uma mini-fábrica de processamento de frutas, com recursos do programa do Banco do Nordeste – Crediamigo e com a assistência dos técnicos do escritório da Ematerce, local de Paraipaba, Antônio Alves Neto, Felipe Linhares, Cícero Gomes e Cleane Peixoto.

Legenda: Produtores Angélica Helena e João Salmito com técnicos da Ematerce do escritório de Paraipaba-CE.

O empreendimento começou com uma visita de alguns técnicos da Embrapa que ofereceram um pequeno plantio de gravioleira, objetivando fazer uma experiência na região com essa cultura, com manutenção e acompanhamento, durante 18 meses. Em seguida, os proprietários aumentaram o plantio, tanto de graviola como de outras frutíferas como: goiaba, acerola, cajá, manga e caju. Com essa produção, viu-se a necessidade de transformá-la em polpa para facilitar a comercialização e, consequentemente, agregar valor à produção. A produção de polpa era artesanal. Os técnicos Ematerce orientaram os agricultores no sentido de profissionalizar a produção e obter maior produção, produtividade e renda.

Assim, começou um empreendimento que já está produzindo de cada tipo de fruta processada, uma média de 200 quilos/mês, sendo vendida pelo preço médio de R$ 10,00 o quilo da polpa, alcançando, assim, um lucro liquído médio que chega a 30%.

Os pequenos agricultores familiares, para facilitar a venda de sua produção, associaram-se à Associação das Mulheres Agricultoras de Paraipaba-CE e com a certificação começaram a participar das licitações promovidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Para tudo isso acontecer, foi necessário a intervenção técnica da Ematerce que fez uma planta para construção das instalações da agroindústria e orientou a obtenção de um empréstimo do Agroamigo, para custear a construção do empreendimento e compra de equipamentos, afirmaram os assessores estaduais da Ematerce, Luiz Marcelo Gomes (Engenheiro Civil) e Paloma Silva (Engenheira de Alimentos) e do Agrônomo Zilval Fonteles.

Atualmente, o Estado do Ceará tem cerca de 420 agroindústrias de polpas, cajuínas e sucos diversos sendo, 40 grandes, 80 médias e 300 de pequeno portes (Google). A maioria das pequenas surgiram com produção direcionada ao consumo da própria família que, através da assistência técnica da Ematerce se organizaram e hoje, já proporcionam emprego à comunidade onde estão instaladas. Outro fator relevante é a aplicação da legislação sanitária federal que recebe o inteiro apoio da Ematerce, sendo a empresa pública de Assistência Técnica e Extensão Rural do Nordeste que mais incentiva seus beneficiários a se regularizarem, afirmou o Auditor-Fiscal Agropecuário do MAPA, Francisco Leandro Melo.