Metodologia
5 de novembro de 2009 - 11:50
Antecedentes
É reconhecido, no Brasil, os impactos positivos, causados pela ação da Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater – através das Emateres , no que diz respeito à modernização do setor primário, promovendo o aumento da produção e da produtividade da agricultura, com exportação de excedentes e a melhoria da renda do produtor rural.
Em 2003, foi implementada a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural-Pnater que definiu o agricultor familiar como público exclusivo da Ater, beneficiário de ações de inclusão social, que objetivam contribuir para a eliminação das desigualdades e injustiças sociais, alicerçadas por uma transição agroecológica e pela busca de definição de sistemas de produção, adequados à agricultura familiar, a qual tem como diferenciais básicos o uso intensivo de sua mão-de-obra, a diversificação de atividades, o sistema de posse e uso da terra, a escassez de recursos financeiros e um sistema de comercialização específico.
As metodologias participativas
Na nova Ater, as ações não devem dar-se alheias ao contexto do agricultor, nem o conhecimento pode ser construído, ignorando o seu saber. As metodologias participativas são constituídas por um conjunto de conceitos e teorias didático-pedagógicas, que rompem com a postura tecnicista e amplia a visão sobre desenvolvimento rural sustentável; trata-se de uma estratégia de trabalho emancipadora que proporciona o protagonismo de técnicos e agricultores.
As metodologias participativas são fundamentadas, nos princípios da participação, dialogicidade, troca de saberes, reflexão crítica, planejamento participativo e gestão social. A metodologia tradicional da Ater, tendo como suporte o crédito rural, atendia o grande, o médio e o pequeno produtor rural; as metodologias participativas têm exclusividade com o agricultor familiar e suas organizações.
A metodologia tradicional da Ater objetivava ensinar e transferir conhecimentos; nas metodologias participativas, os extensionistas ensinam aos agricultores e aprendem com eles. Na metodologia tradicional, o extensionista falava para o agricultor; nas metodologias participativas, o extensionista fala com o agricultor.
Enfim, na abordagem participativa, extensionistas e agricultores descobrem, juntos, as causas e as soluções dos problemas detectados, com o uso das técnicas e ferramentas do diagnóstico rural participativo. As soluções constituir-se-ão ações dos planos de ação das comunidades rurais, que buscam o empoderamento e a emancipação dos agricultores familiares, direcionadas para o combate à pobreza rural, para a segurança alimentar, para a geração de renda, com agregação de valor, e, finalmente, para o desenvolvimento rural sustentável.
O empoderamento consiste na coletivização do poder para uso em benefício de todos. A emancipação, por sua vez, implica no direito do agricultor decidir sobre a sua vida social.