Mensagem de um ex-agente rural

6 de junho de 2011 - 03:00

 

Prezados Senhores:

Durante três anos, participei das ações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará ( Ematerce), como bolsista da Funcap. Foi um período de intensa aprendizagem. Experiência vivida que será somada ao meu currículo de vida. Acredito que, assim, como aprendi bastante, tenho a convicção de que ensinei muito, quando duas ou mais pessoas conversam, sempre tem alguém ensinando e alguém aprendendo.

 

Confesso que gostei muito de ter tido a oportunidade de trabalhar, com o agricultor familiar, no campo, com meus colegas, agentes rurais, pois houve uma enorme doação, nos trabalhos propostos, apesar da nossa inexperiência; (faltaram cursos preparatórios, para que os trabalhos fossem melhor desenvolvidos). Na relação interpessoal, desenvolvi uma cumplicidade, fazendo com que nos tornássemos muito mais do que uma equipe de trabalho, mas sim uma família. (família ematerciana).

 

O conhecimento empírico, associado ao conhecimento técnico – cientifico, gerou um aumento na produção e na produtividade, e o resultado fez com que o nosso rurícola tivesse uma melhor qualidade de vida. É a práxis, acontecendo no campo. Em contramão a tudo isso, está a situação de quem desenvolve a Ater no campo. Técnicos que entram despreparados e que são obrigados a sair do trabalho, quando conseguem a experiência.

 

Relembro aqui as palavras iluminadas do técnico Roberto Luz, quando, num treinamento, no escritório da Ematerce, regional de Iguatu, ele dizia: “A Ematerce está deixando de aproveitar o que ela tem de melhor; a experiência dos velhos e a força dos jovens. Concordo plenamente com suas palavras e reforço ainda: “ A Ematerce não são carros novos, nem escritórios equipados, nem programas e sistemas de informática, mas GENTE, seres humanos que precisam de oportunidades, para desenvolver e mostrar suas potencialidades. São elas que fazem a Ater acontecer, mas que infelizmente só tiveram três anos pra isso. (Refiro-me aos muitos agentes rurais que já completaram seus períodos e que não tiveram uma chance de dar seqüência aos seus trabalhos, mas que, apesar de tudo, obtiveram êxito no desempenho de suas atividades).

 

Confesso que o saldo disso tudo são os bons resultados alcançados, a satisfação de ter participado, embora por pouco tempo, da história de uma empresa, que é referencia nacional e que tem contribuído para o desenvolvimento no campo, as amizades que foram feitas e, sobretudo, a experiência de vida acumulada ao longo desse tempo.

 

Aproveito e faço os meus agradecimentos ao Joaquim Virgulino de Oliveira Neto, gerente regional da Ematerce, de Iguatu, pelo apoio que tem dado a todos os agentes rurais; ao Dr. Kleber Correia de Souza, gerente do escritório (Lavras da Mangabeira) pelas sábias orientações e ao técnico José André de Sousa, responsável pelo Posto da Ematerce, de Cedro, pelo incentivo, pela paciência e pela oportunidade e conhecimentos, oferecidos ao longo desses três anos.

 

Espero que, o mais breve possível, possa ser resolvida, de forma definitiva, a situação dos que agora estão ingressando e que o governador Cid Gomes possa abrir concursos, oferecendo, no mesmo nível de condições e igualdade, a chance de conseguirem a sua estabilidade no trabalho.

José Laurindo
Agente Rural (Cedro- CE)

 

Assessor de Comunicação e Ouvidor

Jornalista Antonio José de Oliveira – antonio.jose@ematerce.ce.gov.br

Fone 85.3217.7872