Peste suína: alerta sobre a peste continua, diz Adagri

13 de dezembro de 2018 - 11:01 # # #

Ascom / Aécio Santiago - aecio.santiago@ematerce.ce.gov.br

Mesmo após o registro de mais três focos de peste suína clássica (PSC) no estado do Ceará, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) alerta os produtores sobre a importância de informar e notificar a existência de outros possíveis focos da doença. Além do município de Forquilha ter sido descoberto como o primeiro foco em 2018, no início de outubro foram detectados focos em Groaíras e Santa Quitéria.

Devido às notificações, o Governo do Ceará decretou estado de emergência nas cidades citadas, todas na região Noroeste. Com a situação de emergência, produtores dos municípios não podem receber ou vender suínos para outras cidades. Através dos seus técnicos, a Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), em seus escritórios no interior, também receberá informações sobre suspeitas de novos focos e orientará os produtores sobre a peste suína.

O foco está a mais de 500 quilômetros distante da divisa com a zona livre de PSC do Brasil, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) não mudando, portanto, o reconhecimento internacional concedido a esta região que detém aproximadamente 90% da produção suinícola brasileira, não impactando no comércio de suínos e seus produtos.

Para conter a situação e investigar as causas da contaminação, a Adagri deu início ao trabalho de uma força-tarefa com 20 técnicos para fazer inspeções nas propriedades onde foram encontrados os focos da doença.
O estado do Ceará faz parte da zona não livre de PSC, onde o Governo brasileiro vem intensificando as ações de estruturação do Serviço Veterinário Oficial – SVO – treinamento de técnicos em emergência veterinária, aprimoramento do sistema de vigilância, cadastramento de propriedade e educação em saúde animal, visando estimular as notificações de casos suspeitos e criar condições adequadas para a erradicação da Peste Suína Clássica em todo o território nacional.

Produção

Segundo o diretor de sanidade animal da Adagri, Amorim Sobreira, a doença não representa riscos de saúde para humanos. No entanto, há ameaças relevantes para os produtores locais, que podem perder parcelas consideráveis dos animais. “Já temos um perfil dessas propriedades que viraram focos, e todas são de pequeno porte, com no máximo 200 animais, ou seja, são de subsistência. Então essas medidas servem para que as pessoas não movimentem esses animais e para conter os riscos”, analisou.

O diretor da Adagri ainda comentou que o Governo do Ceará tem tomado medidas para que as pessoas não movimentem os animais contaminados para evitar que a doença se alastre e chegar em outras localidades. Segundo Sobreira, todas as propriedades onde foram encontrados os focos da peste suína são de pequeno porte. A propriedade é de criação familiar de subsistência e sem vínculos com estabelecimentos comerciais.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença foi confirmado pelo Laboratório Nacional Agropecuário do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) por meio de técnicas moleculares, realizado em amostras de um suíno que apresentava sinais clínicos da doença como incoordenação motora com paralisia de membros posteriores, diarreia severa e conjuntivite.

Desde o início da investigação que culminou com esse foco, a propriedade foi interditada com suspensão total de qualquer movimentação de animais e produtos. Estão sendo adotados os procedimentos para eliminação do foco, com sacrifício e destruição dos suínos e investigação epidemiológica para as propriedades situadas no raio de 10 quilômetros em torno do foco e de todas as propriedades que possuam algum vínculo epidemiológico.

Segundo técnicos da Adagri, a doença não causa nenhum problema ao ser humano, nem o consumo da carne. Os riscos são exclusivamente para os produtores de suínos, então esse é um problema de ordem econômica e por isso a Adagri juntou vários profissionais que estão nas regiões de foco e estamos investigando todos os possíveis casos dessa doença no Ceará.

Fotos: Aécio Santiago