São João do Jaguaribe: Projeto PIMP melhora condições de vida de agricultores familiares

5 de maio de 2021 - 09:33 # # #

Antonio José de Oliveira - Jornalista e Assessor de Comunicação da Ematerce. E-mail: antonio.jose@ematerce.ce.gov.br Fone: (85) 3217.7872

Reconhecidamente, o município São João do Jaguaribe-CE, localizado na Mesorregião do Jaguaribe, no Vale do Jaguaribe, às margens do Rio Jaguaribe, vem destacando-se, no setor agropecuário do Ceará, na Agricultura Familiar. Como exemplos da afirmativa, vale citar as diversas cadeias produtivas: a fruticultura, a bovinocultura, a carcinicultura (criação de camarões em viveiros) e a produção de grãos. Pela importância, desse setor primário da economia cearense, a Empresa de Assistência Técnica e extensão Rural do Ceará (Ematerce) desenvolve importantes projetos de prestação de serviços técnico e social no campo.

 

Legenda: A agricultora familiar Lucila Gomes (foto antes da pandemia) declarou estar satisfeita com as atividades agrícolas, orientadas pela Ematerce no Sítio Volta.

De acordo com o coordenador técnico do Posto Avançado da Ematerce, em São João do Jaguaribe, o Tecnólogo em Irrigação e Drenagem, Dalenio Augusto, no corrente ano, foram entregues pelo Programa Hora de Plantar, aproximadamente, 13.000kg de sementes, entre sorgo forrageiro, milho híbrido e milho variedade. Afirmou, também, que foram plantados mais der 400 hectares de milho e – o melhor – os agricultores estão animados, esperando boa safra, haja vista que as chuvas colaboram para o desenvolvimento das culturas. “O momento de pandemia foi desafiador, para a distribuição das sementes, entretanto a parceria com a Secretária Municipal de Agricultura, com seu corpo técnico, o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e de alguns voluntários, oportunizou a entrega das sementes com segurança sanitária, objetivando a prevenção contra a Covid-19, pontuou Dalenio Augusto”.

Em seguida, acrescentou que outro projeto importante, para a inclusão e otimização das áreas produtivas dos agricultores familiares, é o Projeto de Irrigação na Minha Propriedade (PIMP). Destaque-se que a Ematerce acompanhou a instalação de 12 projetos, destinados a agricultores familiares, com um “Kit” de irrigação de 1,0 hectare de área, por agricultor, para produção de alimentos, direcionado ao consumo humano e animal, mediante acompanhamento técnico do bolsista e Eng. Agrônomo Anderson Mourão Chaves .

Agricultores Familiares bem-sucedidos

Prosseguindo, Dalenio mencionou um exemplo bem-sucedido de agricultores familiares. Trata-se do casal Marta Gomes e João Evangelista, residentes no Sitio Lima, beneficiários do PIMP e assistido pela Ematerce. O produtor rural, em uma área de 1 hectare, produz milho, feijão, macaxeira e alimentos, para seu pequeno rebanho, tornando possível a inclusão de novas tecnologias, no campo, por meio da área irrigada.

Legenda: as culturas de milho e feijão, ambos irrigados, pelo Projeto PIMP, na propriedade do agricultor José Lucieudo, Sítio São Bento, são atividades exitosas. Ele cultiva, também, pastagem, para consumo do gado.

Ao falar de outro agricultor bem-sucedido, citou o pecuarista José Lucieudo, residente no Sitio São Bento, que, em uma área de 1 hectare produz milho e feijão, além de pastagem para suas vacas leiteiras. Esta iniciativa oferece mais segurança alimentar, para seu rebanho, principalmente, nos períodos de estiagem. Já a produtora rural Lucila Gomes, moradora no Sítio Volta, está empolgada com as atividades agrícolas, orientadas pela Ematerce em sua sítio. O técnico Dalenio informou que, sendo uma mulher guerreira, ela trabalha, com afinco, auxiliada por sua família, para a sobrevivência, produzindo alimentos para autoconsumo e o desenvolvimento sustentável do que cultiva e cria na pequena propriedade.

Por último, o técnico Dalenio Augusto afirmou trabalhar, na articulação, para que, em um futuro próximo, o posto avançado da Ematerce, em São João do Jaguaribe, possa estabelecer parcerias com instituições e a própria Secretaria Municipal de Agricultura, prestando assistência técnica e extensão rural, de forma contínua, com vistas à execução de trabalhos, como assessoramento técnico, social e gerencial, para os agricultores familiares, visando, a exemplo do PIMP, tornar possível realidades distintas, melhorando as condições de vida do homem do campo.

Beneficiários do PIMP em São João do Jaguaribe-CE

Marta Gomes, do Sitio Lima.
Cicero Augusto – Sítio Pacheco.
Francisco Lucieudo – Sítio São Bento.
José Gilberto – Sítio Tapagem.
João Neto – Sitio Tapagem.
Otávio Maia – Sítio Tapagem.
Lucila Gomes – Sítio Volta.
José Viturino – Sítio Volta.
Paulo Sérgio – Sítio São José.
Francisco Fernandes – Sitio Bom Jesus.
Francisco Océlio – Sítio Carnaubal.
Francisco Diassis – Sítio Carnaubal.

PIMP: principal incentivo aos agricultores familiares

O coordenador estadual de irrigação da Ematerce, lotado no Centro Gerencial, em Fortaleza-CE, Engenheiro Agrônomo Nizomar Falcão, (Foto abaixo) assim se expressou a respeito do Projeto Irrigação na Minha Propriedade (PIMP): “É o principal e mais elevado incentivo aos agricultores familiares, para adaptação às mudanças climáticas, em implantação no estado do Ceará, no que tange à segurança alimentar e aos aspectos econômicos”.

De acordo com ele, as mudanças climáticas são consideradas um dos maiores desafios ambientais para produção no semiárido cearense. Considerando que existem possibilidades de danos irremediáveis à produção agrícola, assim como a redução da disponibilidade de água, para agricultura, a implantação de pequenos sistemas de irrigação, destinada aos agricultores familiares, é uma ação sem igual, para resistir aos impactos sociais, que uma catástrofe ambiental, dessa natureza, pode causar.

Frisou, ainda, Nizomar que a preocupação da Ematerce em priorizar a assistência técnica e extensão rural a essa atividade, na sua ação extensionista, é porque os pobres das áreas rurais são aqueles que serão mais impactados, pelo fato de que dependem muito mais dos recursos naturais, solo e água. Em sua opinião, existe um consenso, entre os extensionistas agrícolas, de que os agricultores de subsistência, primordialmente, sofrerão os maiores impactos e concluiu: “Eles são mais suscetíveis, por conta dos baixos níveis de renda e por sua histórica dependência da agricultura de pequena escala de produção, além da sua limitada capacidade adaptativa”.